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11/11/2025
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FESTA DAS PRIMÍCIAS (PENTECOSTE) E FRUTIFICAÇÃO

Foto: syhin_stas / Gerado com IA / Adobe Stock
Abraão de Almeida

FESTA DAS PRIMÍCIAS (PENTECOSTE) E FRUTIFICAÇÃO

Se Jesus habita em nosso coração pela fé(Ef 3.17), manifestaremos o sinal da Sua presença: o fruto do Espírito. Quanto a isso, escreve o apóstolo Paulo aos Gálatas: Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benigni­dade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei (Gl 5.22,23). Porém, a presença do Espírito Santo em nós não basta, necessitamos da paixão dEle para evangelizar e do controle dEle sobre nossa vida, a fim de revelarmos ao mundo o nosso novo nascimento em Cristo e crescermos a partir dessa presença.

Trata-se de um processo – Que vocês experimentem esse amor, ainda que seja grande demais para ser inteiramente compreendido. Então vocês serão preenchidos com toda a plenitude de vida e poder que vêm de Deus (Ef 3.19 – NVT) –, no qual a nossa progressão espiritual só ocorrerá se estivermos arraigados e alicerçados no amor de Deus (Ef 2.4). Portanto, esse desenvolvimento é condicional, cabendo a nós a iniciativa de dar o primeiro passo. Acima de tudo, devemos andar no amor do Pai, refletindo a compaixão de Jesus Cristo. A pergunta que devemos responder está no refrão de um antigo hino, interpretado pelo cantor e pastor batista mineiro Feliciano Amaral (1920-2018): Pode o mundo ver Cristo em ti?

Feliciano Amaral (1920-2018)
Foto: Reprodução / Hinologia.org

Vejamos, então, quais são os “sabores” desse fruto:

Amor – Qualquer coisa que eu pudesse escrever aqui acerca do amor, ou mesmo o melhor que já foi dito por outros, seria muito inferior ao que Paulo registrou no capítulo 13 da primeira carta aos Coríntios: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine […] O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece […] O amor nunca falha […] Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o amor. Tudo é tão elevado nesse capítulo que nem me considero à altura de comentar. Nas vezes em que visitei as ruínas de Corinto, na Grécia, foi esse o texto bíblico que li do alto de uma tribuna natural, na praça central da cidade, tendo os colegas viajantes reunidos abaixo.

Alegria – Ao ouvirmos a famosa cantata de Johann Sebastian Bach (1685-1750), intitulada Jesus, alegria dos homens, somos levados a admitir que aquele conhecido compositor alemão produziu essa peça em um momento de profunda comunhão com o Todo-Poderoso, fundamentando-se em sua própria experiência com Jesus – a Fonte permanente de alegria e inspiração.

Bach não poderia ter sido mais feliz na escolha de tão significativo título, que nos leva a considerar se o Senhor tem sido ou não a nossa alegria. O Salvador veio ao mundo para nos livrar do pecado que nos separava do Criador, dar-nos a Sua paz, o Seu amor e o Seu perdão e nos conceder vida espiritual plena. A fim de nos fazer participantes das riquezas da Sua graça, o Messias viveu em pobreza e não teve onde reclinar a cabeça. Para nos transformar em filhos de Deus e herdeiros de uma eterna felicidade, foi criticado, zombado, abandonado, desprezado, crucificado.

J. Sebastian Bach (1685-1750)
Foto: Reprodução / Bach-Archiv Leipzig – modificada por IA

E, apesar de tudo isso, Ele venceu por nós. Depois de vitoriosamente ressurreto, tornou-Se para os Seus discípulos a grande alegria que os fez sair mundo afora levando as gloriosas Boas-Novas do Evangelho. Entretanto, essa ousadia lhes custou caro. E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra (Hb 11.36-38). Porém, eles nunca trocaram a eterna alegria encontrada em Cristo pelos prazeres passageiros e efêmeros desta vida. Reconforta-nos a declaração bíblica de que Jesus é a nossa alegria.

Paz – Quando a Segunda Guerra Mundial irrompeu na Europa, milhares de tratados de paz viraram lixo, lembrou o teólogo e missionário norte-americano Eli Stanley Jones (1884-1973) em um de seus livros. Enquanto doutrinadores diversos apregoam suas ideias aparentemente pacificadoras, e a mídia mundial exige dos governantes medidas de segurança para a coletividade, os estadistas assinam tratados, reúnem-se em conferências e estudam fórmulas tendentes a promover a paz. Todavia, em troca desse dispendioso esforço, os resultados não passam de amargas decepções, capazes de desanimar até os mais otimistas.

De fato, a questão da paz tem desafiado os mais lúcidos pensadores e continua insolúvel em nossos dias, levando-nos a crer na impossibilidade de uma melhora da situação atual. A qualquer momento, o inferno que existe dentro do homem pode provocar um incêndio de proporções gigantescas.

Eli Stanley Jones (1884-1973)
Foto: Reprodução / E. Stanley Jones Foundation

Contudo, essa concepção só se torna plausível aos nossos olhos quando considerada à luz das verdades bíblicas, pois somente elas podem desvendar o “mistério” da crise que envolve os seres humanos.

A Bíblia afirma que o homem, pela sua desobediência, trocou sua pureza e santidade por uma ininterrupta degeneração física, intelectual, moral e espiritual. Transformou sua paz em desespero, sua felicidade em completa desgraça, constituindo-se pecador e inimigo de Deus (Rm 5.19; Rm 3.23).

Porém, quando Jesus, do alto da cruz, disse: Está consumado (Jo 19.30), Ele acabava de conceder ao homem decaído a oportunidade de se ver livre dos próprios pecados e, novamente, reconduzido à sua primitiva glória, quando desfrutava da companhia do Altíssimo. Nestes dias de incertezas e confusões pelos quais passa a humanidade, é consolador saber que o Príncipe da Paz deseja nos conceder a paz indelével que tanto satisfaz a nossa alma! Ele anseia por cuidar de nós, mostrando-nos que, para isso, constituiu-Se nosso Salvador, nossa Esperança, nosso Refúgio e, sobretudo, a nossa Paz.

Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com

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