Atualidade | Revista Graça/Show da Fé
Medicina e Saúde – 250
01/05/2020
Missões – 252
01/07/2020
Medicina e Saúde – 250
01/05/2020
Missões – 252
01/07/2020

Atualidade

Arquivo Graça - Solmar Garcia Science in HD - Unsplash

Foto: Arquivo Graça / Solmar Garcia e Science in HD / Unsplash

A FORÇA DA PALAVRA

Pesquisa aponta que o brasileiro tem mais confiança nas lideranças religiosas do que nos cientistas

Por Patrícia Scott

Uma sondagem do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) constatou que os brasileiros confiam mais em líderes religiosos do que em profissionais da ciência. Cerca de 2.200 cidadãos, de todas as regiões do país, foram ouvidos, com recortes específicos por gênero, idade, escolaridade, renda e residência. Apenas 12% dos entrevistados citaram os especialistas da ciência como fontes confiáveis de informação; 15% indicaram os dirigentes religiosos; 26%, os médicos, e outros 26%, os jornalistas. Mas por que os integrantes do universo acadêmico ocupam posição tão pouco privilegiada entre os brasileiros? Afinal, os representantes religiosos pregam dogmas que dependem de fé e não podem ser comprovados pela coleta e análise de dados. E mais: como é possível que os cientistas, os quais são fontes de alegações consideradas confiáveis para médicos e jornalistas, não o sejam para a população?

Uma das respostas possíveis para essas questões seria o distanciamento existente entre a comunidade científica e as pessoas em geral. “Para conquistar a confiança dos brasileiros, é preciso disponibilizar os dados das pesquisas, inclusive com as fontes, de uma maneira que seja de fácil entendimento para eles”, defende Alexandre Kretzschmar, pós-graduado em Engenharia de Produção e criador do site Onze de Gênesis. Para Kretzschmar, seria ideal que houvesse imparcialidade nas conclusões dos estudos, que o cientista buscasse isenção e não quisesse refletir, na sua pesquisa, ideias pré-concebidas e própria cosmovisão. “O que é difícil atualmente, pois há investigações tendenciosas, viciadas, sendo divulgadas.”

Na opinião do médico Assuero Silva, é compreensível que a palavra dos mensageiros de Deus, os pastores, sejam consideradas mais confiáveis que as dos cientistas, “mensageiros de questões técnicas”. No entanto, frisa que fé e ciência não deveriam ser separadas. “Devemos, como cidadãos e como povo crente no Senhor, acompanhar o avanço científico, sem temores, antes com gratidão. O Criador e Sustentador da vida é quem dá aos homens inteligência para serem criativos, agindo sobre a ordem da criação”, argumenta Silva, especialista em Onco-hematologia, área da Medicina que cuida das doenças malignas do sangue, tais como linfomas e leucemias.

Assuero Silva, fundador da Associação Brasileira de Cristãos na Ciência (ABC2), instituição que surgiu com o objetivo de criar uma ponte entre a cosmovisão acadêmica e a fé, lembra que elas não estão em campos opostos. “O cientista verdadeiro e sincero age sobre a criação com a bênção e mediante o convite do Criador”, defende o doutor. Ele explica que, segundo a doutrina cristã reformada, não há dicotomia entre ciência e fé, tendo em vista que Deus é o Autor e Senhor soberano sobre toda a ordem da criação. “Ele opera, e o homem coopera nas fantásticas iniciativas da ciência, visando ao bem do ser humano, à sua melhor qualidade de vida e à glória do Altíssimo, em termos últimos e finais.” [Leia a entrevista com o secretário-executivo da ABC2, Gustavo Assi, aqui]

Perfeito e detalhista” – A jovem pesquisadora Claudyane Alves da Silva, 21 anos, tem opinião semelhante à do Dr. Assuero Silva. Estudante de Farmácia, ela integra o grupo de Estudos Avançados de Microrganismos Emergentes e Resistentes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ). “Não invalido o achado dos meus colegas cientistas, mas creio que tudo o que descobrimos é somente um pedaço da profundidade das riquezas da sabedoria divina.” Membro da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra da Taquara, zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), Claudyane acredita que ser um cientista nada mais é do que buscar os tesouros que o Todo-Poderoso detém. “Toda vez que alcanço novos conhecimentos, penso: ‘Uau! Como Ele é perfeito e detalhista’.”

A estudante de gestão em Recursos Humanos Letícia dos Santos Silva, 27 anos, confia mais nos representantes religiosos. Foi por intermédio deles que conheceu Jesus e, a partir de então, teve sua vida transformada. “A confiança gerada em meu coração, a partir dos ensinamentos que recebi dos meus pastores, gerou restauração”, avalia a jovem, obreira da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) na Taquara, zona oeste carioca. Por outro lado, Letícia ressalta que, de fato, fé e ciência podem caminhar juntas sem conflitos, entretanto faz uma observação: “A fé é o mais importante, pois ela nos faz ultrapassar limites, mover montanhas”.

Seguindo a linha de raciocínio da estudante, o Pr. Renato Oliveira Silva, líder na regional da IIGD em Montes Claros (MG), destaca que muita gente desenganada pela ciência encontra a cura por meio da fé. “Nos 13 anos que tenho de ministério pastoral, testemunhei histórias de pessoas que buscaram socorro nos cientistas e pesquisadores, mas só conseguiram resposta em Jesus”, recorda-se o pregador. No entanto, ele assinala que não desmerece a ciência, a qual trouxe inúmeros benefícios ao ser humano moderno. “Entretanto, há questões que ela não explica. Diante da limitação dos cientistas, o Senhor entra com providência”, enfatiza.

Líder da Primeira Igreja Presbiteriana de Pinheiros, zona oeste de São Paulo (SP), o Rev. Hernandes Dias Lopes sublinha que “a confiança não está nos líderes religiosos, e sim na integridade e infalibilidade das Escrituras, que essas pessoas pregam”. Ele considera que nem todas as teses defendidas pelos pesquisadores são fatos cientificamente comprovados. “É o caso, por exemplo, da teoria da evolução”, pontua, acentuando que não há divisão entre a Palavra e os fatos verificáveis empiricamente. “Quando a ciência é corretamente compreendida, e a Bíblia interpretada, não há conflito, pois ambas têm o mesmo Autor: Deus.”


Cientistas e cristãos

Aquilo que conhecemos como ciência moderna, baseada em evidências observáveis, começou a se desenvolver na Europa, por volta do século 16. Desde então, muitos tentam desvendar os mistérios da natureza, valendo-se do método científico, porém alguns se afastaram da crença no Onipotente por causa dele. Outros, ao contrário, passaram a enxergar as maravilhas da criação devido a esse método de observação tão criterioso.

O físico inglês Isaac Newton (1643-1727) declarou certa vez: A gravidade explica os movimentos dos planetas, mas não pode explicar quem colocou os planetas em movimento. Deus governa todas as coisas e sabe tudo que é ou que pode ser feito. O também físico britânico James Joule (1818-1889), pioneiro no estudo da termodinâmica, afirmou: Após conhecer e obedecer à vontade de Deus, o próximo alvo deve ser conhecer algo dos Seus atributos de sabedoria, poder e bondade evidenciados nas obras de Suas mãos. Por sua vez, o bacteriologista francês Louis Pasteur (1822-1895) frisou: Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima.

Na atualidade, inúmeros pesquisadores também têm reafirmado sua fé em Deus e em Sua Palavra, como o geneticista norte-americano Francis Collins, ex-diretor do Projeto Genoma Humano. Não tenho razão para ver uma discordância entre aquilo que sei, como cientista […], e aquilo que creio, como alguém que presta muita atenção ao que a Bíblia me ensinou sobre Deus e sobre Jesus Cristo. […] A noção de que você deve escolher entre um e outro é um mito terrível […], alertou. (Fontes: Biografia, Fé e Ciência e Pensador)



Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *