
Prisões na China
10/12/2025
Ex-jogador da Seleção destaca o Evangelho e a família como bases de suas vitórias dentro e fora do campo
11/12/2025Teste indolor
Um dispositivo minúsculo pode revolucionar o diagnóstico do câncer de boca (foto). Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), criaram um protótipo de biossensor que detecta sinais de metástase pela saliva. O método, que pode substituir a realização de exames invasivos, permite indicar tratamentos mais precisos, evitando cirurgias desnecessárias. O aparelho identifica três proteínas ligadas à disseminação do tumor — LTA4H, CSTB e COL6A1 — por meio da espectroscopia de impedância eletroquímica [método pelo qual é feita análise de composição corporal, a detecção de biomoléculas (como bactérias ou anticorpos) e o desenvolvimento de biossensores para diagnóstico de doenças]. Essa técnica analisa o comportamento das moléculas ao interagirem com sensores e anticorpos específicos que “capturam” as proteínas-alvo com alta precisão. Coordenado por Adriana Franco Paes Leme, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio/CNPEM), o projeto – que teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) – foi desenvolvido para ser de baixo custo e fácil uso em consultórios e no Sistema Único de Saúde (SUS). Além de indolor, o teste usa inteligência artificial para interpretar os resultados. O protótipo conseguiu identificar até 76% dos casos de metástase com base no perfil salivar, com destaque para o marcador LTA4H. Em até três anos, o exame deve ser lançado como um kit portátil para hospitais, clínicas e programas públicos de rastreamento. (Patrícia Scott com informações de Agência FAPESP)
Chiclete de feijão

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia (EUA), em parceria com cientistas da Finlândia, desenvolveram uma goma de mascar feita a partir do feijão-mangalô (Lablab purpureus), que pode se tornar uma nova arma contra quatro tipos de vírus que afetam milhões de pessoas todos os anos. Publicado na revista Molecular Therapy, o estudo avaliou a capacidade de o chiclete bloquear dois tipos de herpes (HSV-1 e HSV-2) e duas cepas de influenza A (H1N1 e H3N2), oferecendo uma alternativa de tratamento, visto que não há vacina para herpes e há baixa imunização contra a gripe em várias regiões do planeta. Segundo os estudiosos, o efeito antiviral vem da proteína FRIL, presente no feijão-mangalô (também chamado de feijão-jacinto). Pertencente ao grupo das lectinas, essa proteína impede que os vírus se liguem às células humanas. Nos testes, uma pastilha de 2 g contendo 40 mg da proteína reduziu a carga viral em mais de 95% na boca e garganta, mantendo a atividade mesmo sob mastigação. Seguindo normas da Food and Drugs Administration (FDA, a sigla em inglês), agência reguladora de fármacos e alimentos dos Estados Unidos, a liberação da FRIL foi validada em simulador de mastigação, mostrando que mais da metade da proteína permanecia ativa até 15 minutos sem toxicidade. O estudo amplia pesquisas anteriores desse grupo de cientistas, os quais comprovaram a redução do SARS-CoV-2 na saliva. Agora, eles avaliam usar esse mesmo tipo de feijão (foto) para combater a gripe aviária H5N1, que causou milhões de mortes de aves e infectou humanos na América do Norte, com potencial para reduzir impactos econômicos e sanitários globalmente. (Patrícia Scott com informações de IG)
Doença silenciosa

Cinco minutos com a Dra. Camila Sampaio
Por Patrícia Scott
No Brasil, estima-se que mais de 10 milhões de mulheres sofram de lipedema – frequentemente subdiagnosticado ou confundido com obesidade ou celulite. Em 2019, a condição foi reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em 2022, entrou na Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Nesta entrevista à Graça/Show da Fé, a dermatologista Camila Sampaio detalha aspectos clínicos da enfermidade.
O que é o lipedema?
É uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo anormal e doloroso de gordura, principalmente nas pernas e nos braços. Diferentemente da obesidade, essa gordura não melhora com dieta nem com atividade física e tem um componente inflamatório.
O lipedema tem cura?
Atualmente não. O foco do tratamento é o controle da doença e a melhora da qualidade de vida.
Em que o lipedema difere da obesidade e da retenção de líquidos?
Na obesidade, a gordura está distribuída por todo o corpo. Já no lipedema, o acúmulo é localizado — geralmente nos membros inferiores e superiores — e vem acompanhado de dor e inflamação. A retenção de líquidos, por outro lado, envolve apenas o acúmulo de água nos tecidos, sem relação com a gordura doente.
Quais são os principais sinais e sintomas do lipedema?
Desproporção entre pernas e braços em relação ao tronco,dor e sensibilidade aumentada ao toque,tendência a formar hematomas com facilidade,dificuldade de perder volume nas áreas afetadas, mesmo com dieta e exercícios,e sensação de peso e cansaço nas pernas.
Qual é a importância do diagnóstico precoce?
Quanto mais cedo a paciente descobre o lipedema, mais rapidamente ela inicia o tratamento adequado, o que ajuda a controlar os sintomas, evitar complicações (como dor crônica e limitação de mobilidade) e preservar a autoestima.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico, com base na avaliação física e no histórico da paciente. Exames de imagem, como ultrassom ou ressonância magnética, podem ser úteis, embora não sejam indispensáveis.
Em que consiste o tratamento do lipedema?
Dieta anti-inflamatória, atividade física de baixo impacto, drenagem linfática manual e uso de meias de compressão. Em alguns casos, pode ser indicada uma lipoaspiração específica para lipedema, que ajuda a reduzir os sintomas e retardar a progressão da doença.



