Se está escrito no Evangelho que não se pode ingerir bebida alcoólica, por que Jesus fez a água se transformar em vinho durante uma festa de casamento?

B. C., via internet

R.: Nos tempos do Novo Testamento, o suco de uva era chamado de vinho (oinos, em grego), tanto que o próprio Senhor usa a expressão fruto da vide para se referir a ele, na última ceia (Mt 26.29). O Mestre também fala de vinho novo e velho nos odres, referindo-se ao suco de uva recém-feito e o já fermentado (Lc 5.37,38). Isso demonstra que o termo vinho não tinha a conotação que tem hoje, de uma bebida industrializada com alto teor alcoólico. Para alguém se embriagar, era preciso tomar uma quantidade imensa de suco naturalmente fermentado, o vinho do Novo Testamento, algo que a Bíblia condena (1 Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.18).

O motivo do milagre está no recurso de estilo usado por João para tornar a mensagem do Evangelho ainda mais clara: o da ilustração viva. Ele seleciona sete milagres realizados pelo nosso Salvador, entre os muitos que Ele fez, e associa cada um deles a um ensino peculiar do Mestre (Jo 20.30,31). Por exemplo, quando o Senhor curou o cego de nascença, Ele ensinou que quem O seguir não mais andará em trevas, e sim na luz da vida (Jo 8.12; 9.1-7). A transformação da água em vinho ilustra o ensinamento dado, logo depois, a Nicodemos acerca do novo nascimento, que é a transformação radical de natureza, sendo abandonada a da carne para viver pelo Espírito (Jo 2.1-11; 3.1-21). Note que, até hoje, dizemos de alguém que tenha se transformado, afirmando: “Fulano mudou da água para o vinho”.

Desde que me converti, há cerca de quatro anos, tenho tido sonhos nos quais estou sempre expulsando demônios – de pessoas  conhecidas, familiares ou de desconhecidos – nas igrejas, nas ruas ou em outros lugares que não consigo ver com clareza. Isso significa alguma coisa?

J. K. V., sem identificação da cidade

R.: Precisamos ter cuidado com aquilo que muita gente chama de revelações do Senhor. O Criador usou várias maneiras para Se comunicar com os homens ao longo da História, mas, em nosso tempo, Ele nos fala pelo Filho (Hb 1.1,2). O Senhor Jesus é o Verbo, a Palavra de Deus (Jo 1.1-14). Portanto, é por ela que Deus nos fala hoje, embora, obviamente, não esteja proibido de agir como melhor Lhe parecer (Jo 3.8). Quanto aos sonhos, é importante saber que a Palavra afirma que eles são resultado da muita ocupação e estão envoltos de vaidades, a ponto de haver necessidade imperiosa de vigiar nosso falar e de temer ao Altíssimo (Ec 5.3,7). Entretanto, quando o Senhor usa os sonhos para nos comunicar algo especial, Ele também dá a interpretação. Do contrário, a revelação seria inútil, e sabemos que não há ação do Espírito sem um fim proveitoso (1 Co 12.7). Assim, você deve buscar, em Deus, a interpretação desse sonho recorrente, do mesmo modo como quem fala em línguas deve orar para que as possa interpretar (1 Co 14.13). Agora, vale ressaltar: nenhum seguidor de Cristo precisa de chamada especial, seja por sonhos, seja por qualquer outro meio, para executar o ministério de libertação aos oprimidos pelo diabo. O próprio Mestre nos vocacionou dessa forma, ao ordenar que fôssemos ao mundo todo com o Evangelho que liberta em Seu Nome (Mc 16.15-17). Nesse sentido, leia, com atenção, além das passagens bíblicas aqui indicadas, o livro de T. L. Osborn, Curai enfermos e expulsai demônios.

Missionário, fui batizado ainda bebê na Igreja Católica, porém me tornei evangélico. Sinto desejo de passar pelas águas. É correto fazer isso novamente, agora com 29 anos?

F. S. W., via internet

R.: O batismo está diretamente ligado ao arrependimento do pecador e à sua declaração de fé no sacrifício do Senhor Jesus como suficiente para sua salvação (Mc 16.15,16). Tanto é assim que um versículo diz que a pessoa batizada sai das águas para andar emnovidade de vida (Rm 6.4). Essas passagens, entre várias outras, demonstram que o batismo é algo decorrente da fé pessoal, impossível para um bebê. Este não pode crer nem se arrepender e, tampouco, mudar de conduta. Além disso, o batismo de criancinhas não é feito por imersão nas águas, o que o desqualifica ainda mais, uma vez que o próprio termo batizarsignifica mergulhar. Portanto, meu irmão, você ainda não se batizou e deve fazê-lo o quanto antes, não por ter mudado de religião, mas por ter compreendido o Evangelho e crido no Senhor Jesus.

Namoro um rapaz não evangélico. Uma irmã da igreja orou e disse que nós dois fomos escolhidos pelo Pai celeste para levar Sua Palavra. Porém, às vezes, tenho dúvidas. O que devo fazer para saber se esse relacionamento é ou não conduzido por Deus?

E. D. P., sem identificação da cidade

R.: O Senhor fala conosco e revela Sua vontade para todos nós sempre por meio de Sua Palavra (Sl 119.105; Hb 1.1,2; 2 Tm 3.15,16). O seguidor do Messias não deve se casar com quem não tem o mesmo temor e a mesma fé (2 Co 6.14-18). O simples fato de você ter dúvidas sobre seu namoro ser conduzido pelo Altíssimo é evidência da testificação negativa do Espírito em seu coração (Rm 8.16). Em outras palavras, a irmã está experimentando o incômodo na alma, provocado pelo Santo Espírito, por estar em desobediência ao Senhor. A paz do nosso Salvador, em nosso coração, é o árbitro da nossa conduta (Cl 3.15 – ARA). Não se deixe guiar por seus sentimentos, pois são extremamente enganosos (Jr 17.9), nem por profecias e revelações apresentadas por outros, mas pela Palavra de Cristo (Cl 3.16,17). Faça isso e você se realizará em sua vida (Sl 1.1-3).

Missionário, acredito que o não salvo vai para o Inferno quando morrer, e os salvos vão para algum lugar lindo e ficarão à espera de Jesus. Estou correta? Quando falecemos, vamos para onde? Iremos para um local especial, para dormir, enquanto aguardamos o arrebatamento?

H. T. C., via internet

R.: A irmã está certa. O Senhor Jesus explicou o que acontece após a morte, tanto com o ímpio quanto com o salvo. Na história do rico e Lázaro, o primeiro foi para um lugar de fogo e tormentos inimagináveis, enquanto Lázaro, em um espaço aprazível, recebia conforto (Lc 16.19-31). O Mestre declarou que os salvos vão para o Paraíso logo após a morte, e o apóstolo Paulo informa que este fica no terceiro céu (Lc 23.43; 2 Co 12.2-4). Note que, em nenhuma dessas passagens, há qualquer indicação de sono ou inconsciência. O rico clama desesperado a Abraão por uma ação mínima de socorro da parte de Lázaro. Então, está claro que os três estavam conscientes e ativos, tanto no Inferno (hades) quanto no Paraíso. Seus corpos estavam mortos na sepultura, entretanto o espírito de cada um continuava vivo, pois o espírito humano vem da parte de Deus e é imortal (Gn 2.7; Ec 12.5-7). Agora, tanto os que vão para o Inferno quanto para o Céu aguardam o momento da ressurreição física dos mortos. Os salvos que partiram deste mundo ressuscitarão no arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.13-18), e os perdidos, no Dia do Juízo Final (Ap 20.4-6; 11-15). Sendo assim, não há como entender, pela Bíblia Sagrada, que os mortos estejam “dormindo”. O espírito dos salvos desfruta da presença do Senhor Jesus no Céu, e o dos perdidos já sofre na antessala do lago ardente com fogo e enxofre, a condenação eterna.

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