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Judeus poloneses capturados por soldados alemães no fim do Gueto de Varsóvia, em 1943 – Foto: Jürgen Stroop / Wikimedia
Abraão de Almeida

O Holocausto sob o nazismo (Parte 2): o nascimento dos guetos e o extermínio de judeus

Na edição anterior, falamos da ascensão do ditador Adolf Hitler na Alemanha. Neste artigo, trataremos do nascimento dos guetos e da política de extermínio de judeus pelos nazistas.

De 1933 a 1939, os registros mostram que 225 mil judeus deixaram a Alemanha, outros 100 mil saíram da Áustria e 35 mil abandonaram a Boêmia-Morávia (atual República Tcheca). Na Alemanha, a partir de 17 de maio de 1939, os judeus foram obrigados a adotar o nome de Sara ou Israel. Antes, um decreto de 1938 definiu a regra de estampar a letra “J” nos passaportes desse povo.

No dia 1º de setembro de 1939, os alemães ocuparam a Polônia e deram início ao plano anti-semita, mais conhecido como “a solução final”. O avanço alemão em território polonês e em países como Dinamarca, Iugoslávia, Holanda e União Soviética ficou marcado pelo extermínio da esquerda, dos liberais, dos ciganos e, principalmente, dos judeus.

No gueto de Lodz, segundo maior da Polônia (menor apenas do que o gueto de Varsóvia), 162 mil pessoas foram isoladas por cercas de madeira e arame farpado, sendo abatidas a tiros ou mortas pela fome. Por esse gueto, passaram mais de 500 mil indivíduos: deles, sobraram apenas 80 mil em 1944, que foram enviados para as câmaras de gás.

No início da campanha de ocupação alemã na Polônia, as populações judaicas, alvos principais dos nazistas, foram massacradas. Em todos os territórios ocupados, os judeus eram obrigados a usar em suas roupas a estrela de Davi nas costas e, na frente, a palavra JUDEU. Ao analisar aquele momento histórico, os autores do livro Análise Shalom, publicado em 1979 (Editora Shalom, São Paulo), escreveram: Carregar aquela estrela de Davi amarela nas costas era carregar a morte. E muitos carregavam essa estrela. Um russo, polonês e um tcheco estavam ameaçados se pensassem diferente dos nazistas. Um judeu, não. Ele tinha o “privilégio” de sofrer o somatório de todo o ódio nazista, só porque era um judeu. A solução final para os judeus era imediata. Para outros povos inferiores, ficava para depois, embora os alemães não poupassem bala ou corda contra qualquer espécie de resistência e, eventualmente, matassem dezenas, centenas, milhares de pessoas, aqui e ali, por onde andassem, para dar um bom exemplo aos que resistiam. Os nazistas e todos os totalitários querem sufocar a Resistência, porque a resistência é a vida.

O oficial alemão Reinhard Tristan Eugen Heydrich (1904-1942), líder da polícia secreta nazista (SS) e considerado um dos principais arquitetos do Holocausto, determinou, em 21 de setembro de 1939, a organização dos guetos. No gueto de Varsóvia, criado em outubro de 1940, foram confinados 500 mil judeus. Outros guetos surgiram na Cracóvia, Bialystok e Sosnowiec (Polônia), Vilna (Lituânia), Minsk (Bielorrússia), Riga (Letônia), Lvov e Lutsk (Ucrânia) e em diversas outras cidades, onde os judeus eram amontoados e cercados para morrerem de fome e de pestes.

Gueto de Cracóvia Foto: Wikimedia

Início dos massacres – Em julho de 1941, o líder do Partido Nazista no Parlamento, Hermann Wilhelm Göring (1893-1946), apresentou um plano para a liquidação física de todos os judeus. O programa de extermínio, aprovado em janeiro de 1942 durante a Conferência de Wannsee, em Berlim (Alemanha), previa a deportação e o genocídio de todos os judeus na Europa ocupada pelo regime nazista.

Sabe-se, entretanto, que desde 8 de dezembro de 1941 já funcionava o primeiro campo de extermínio em Chelmno, próximo a Lodz, na Polônia. Nos primeiros quatro meses, pereceram no local 40 mil judeus. Vários outros campos de extermínio foram instalados na Polônia: Belzec, Sobidor, Lublin-Majdanek, Auschwitz e Birkenau (conhecido como Auschwitz II). Esse último possuía as câmaras de gás e os fornos crematórios mais aperfeiçoados. Em Auschwitz, foram assassinados 3 milhões de judeus, sendo 2,5 milhões nas câmaras de gás e 500 mil por doenças, fome ou execuções.

O nazismo fez tudo o que podia para cumprir o programa de extermínio dos judeus. O Procurador-Geral dos Estados Unidos no processo de Nuremberg, Robert H. Jackson (1892-1954), fez um pronunciamento em 21 de novembro de 1945 no qual revelou que, dos 9,6 milhões de judeus que viviam na Europa dominada pelos nazistas, ao todo, 5,7 milhões foram exterminados. A este número, acrescentem-se perto de 300 mil cristãos de origem judaica mortos pelos alemães, por serem considerados judeus, inclusive aqueles oriundos de casamentos mistos.

Gueto de Varsóvia Foto: Wikimedia

Segundo um documento nazista, o número de judeus a serem mortos em toda a Europa era de 11 milhões – inclusive aqueles que viviam em países não ocupados pela Alemanha, como Suíça, Suécia, Inglaterra, Turquia, Portugal e Espanha, assim como os 3,5 milhões de judeus residentes nos territórios russos não conquistados pelos alemães.

Os autores da obra Análise Shalom descreveram esse terrível momento da humanidade assim: O Holocausto é um evento sem precedente, não apenas na História Judaica, mas também nos anais da raça humana. […] Para o povo judeu, […] o Holocausto continua sendo um capítulo extremamente vivo de sua história. A catástrofe do Holocausto não apenas criou um tremendo vácuo […] – alterou todo o curso da moderna História Judaica. A Europa não é mais o centro da criatividade e inspiração judaica, como havia sido por centenas de anos; a civilização judaica europeia foi totalmente destruída, sem que haja qualquer continuação ou substituição.

Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com

22 Comments

  1. Ivonete disse:

    Basta está fotografia para me lembrar todos os horrores do holocausto.Li há mais de 50 anos e é como se estivesse lendo agora: Uma tristeza sem limites, uma dor imensa…

  2. Essa página sombria da humanidade jamais será esquecida.Só loucos genocidas poderiam está por trás de tamanha atrocidade.???

    • Editor disse:

      Verdade. Que esse tipo de coisa nunca mais volte a acontecer. Amém.

      • Wantui Lourenço disse:

        Trazer os fatos desse triste episódio da história povos a nação judaica permanece viva e aguardando a volta do Messias .

    • Maria Dolores Grimaldi Lopes disse:

      Tudo feito no sentido de obter poder,subjugar,humilhar,usurpar,o que esses inescrupulosos não seriam capaz de obter pelo seu trabalho,pela sua capacidade. Hitler era um psicopata que sofreu abusos de um pai alcoólatra, viveu em uma família disfuncional, não recebeu afeto a não ser de sua mãe que tentava amenizar o ambiente conflituoso em que viviam. Nada, entretanto, justifica suas atitudes, seus rancores, sua frustação nos estudos. O que impressiona é como uma mente doente como essa conseguiu adeptos as suas ideias. Por que se submeterem a seguir planos tão perversos contra seres humanos? Muitos, em sua maioria, eram pessoas esclarecidas, estudadas. É inacreditável aderirem à tamanha aberração de governo!

  3. Sidnei souza disse:

    Qualquer semelhança não é mera coincidência.

    • Editor disse:

      Não entendemos a sua colocação. Independentemente disso, desejamos que o senhor seja alcançado pelas bênçãos de Deus! Abs fraternos

      • Neuza disse:

        Que o mundo jamais passe por este tipo de sofrimento. Deus nos protege de homens q tenham este tipo de caráter,voltado p o mal e a injustiça.

    • Carlos disse:

      Tive o privilégio de conhecer o Pastor Abrão de Almeida na década de 80, quando ele passou aqui pela cidade de Assis, interior de São Paulo. Foi um dos maiores pregadores da palavra de Deus que já ouvi. Depois fiquei sabendo que ele teria se mudado para os Estados Unidos. Gostaria muito de ter informações dele.

      • Editor disse:

        Caríssimo, o Pr. Abraão de Almeida, de fato, mora nos EUA e pastoreia a Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida. Para entrar em contato, escreva oara o seguinte e-mail: abraaodealmeida7@gmail.com. Que Deus te abençoe!

  4. Alexandre disse:

    Parabéns pela matéria. Infelizmente a maioria dos Cristãos não sabem nada de ISRAEL e sobre a historicidade do povo Judeu. E se deixam levar por argumentos infundados da mídia esquerdista. Parabéns ao autor da matéria.

    • Editor disse:

      Oremos por todos, independentemente da orientação política e da nacionalidade, em primeiro lugar. E não esqueçamos do sofrimento experimentado pelo povo judeu durante a Segunda Guerra Mundial. E que venha o Senhor Jesus para salvar e transformar os Seus!

  5. Neuza disse:

    Que o mundo jamais passe por este tipo de sofrimento. Deus nos protege de homens q tenham este tipo de caráter,voltado p o mal e a injustiça.

  6. Tania luiza de Souza disse:

    E muito triste ver como o ser humano pode ter tanto ódio no coração a ponto de tentar dizimar a maior obra do Deus vivo o próprio homem. Esta página não deve ser virada para que não caia no esquecimento e sim lembrada para não ser repetida.

  7. Xavier disse:

    Triste lembrar da covardia desses monstros nazistas espero que estejam queimando no inferno.

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