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Foto: Arte sobre foto de Pexels / Raphael Brasileiro

Tateando no escuro

Muitos estão rejeitando valores das Escrituras que funcionam como normais sociais

Por Patrícia Scott

A Palavra de Deus tem influenciado a história dos grupos sociais no Ocidente. Os Estados Unidos da América talvez sejam o melhor exemplo disso. Sua Constituição – promulgada em 1870 e vigente até hoje – é amplamente carregada de valores bíblicos. John Adams (1735-1826), um dos redatores da Carta Magna norte-americana, declarou: a Bíblia contém a filosofia mais profunda, a moral mais perfeita e a diretriz mais refinada já concebida na Terra. É o livro mais republicano do mundo.

Contudo, atualmente muitos estadunidenses estão ignorando os princípios bíblicos. Para a maioria deles, a Escritura Sagrada não tem autoridade para determinar o que é bom e ruim, do ponto de vista moral, para os indivíduos e para a sociedade. Foi o que revelou um estudo realizado pelo Grupo Barna a pedido do Centro de Pesquisa Cultural da Universidade Cristã do Arizona, em julho de 2022.

O Pr. Cyro Mello lembra que, nas Escrituras Sagradas e na cultura ocidental, o coração é o centro das emoções: “Tudo o que realizamos tem esse aspecto envolvido. O problema é que emoções são inconstantes”
Foto: Arquivo pessoal

De acordo com o levantamento, o qual ouviu 2.275 norte-americanos adultos, apenas 29% dos entrevistados expressaram a crença de que os princípios estabelecidos na Palavra deveriam determinar a compreensão de certo e errado no país e na vida deles. Três quartos dos norte-americanos afirmam que as pessoas são basicamente boas, e menos da metade de todos eles acreditam em Deus ou que a Bíblia é a palavra verdadeira, relevante e confiável ​​dEle para a humanidade, informou George Barna, responsável pela pesquisa, ao portal de notícias norte-americano The Christian Post. Segundo ele, a maioria dos estadunidenses considera que não há verdade moral absoluta. Eles agora creem que não há orientação divina necessária ou mesmo disponível para definir o certo e o errado, lamentou.

A psicóloga Kátia Ferreira faz um questionamento: “A Bíblia diz que a boca fala do que o coração está cheio [Mt 12.34]. Portanto, é preciso se perguntar: ele tem me conduzido a uma vida de paz ou de confusão?”
Foto: Arquivo pessoal

O estudo revelou também que o principal orientador moral na hora de tomar decisões para quase metade dos participantes (42%) é o coração – aquilo que sentem diante das circunstâncias. Nas Escrituras Sagradas e na cultura ocidental, o coração é o centro das emoções, como destaca o Pr. Cyro Mello, da Assembleia de Deus em Cubatão (SP). “Tudo o que realizamos tem esse aspecto envolvido. O problema é que emoções são inconstantes”, explica o ministro, citando o conhecido texto de Jeremias 17.9: Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?

Para Mello, as pessoas que fazem escolhas com base no coração desejam soluções rápidas e fáceis porque estas não exigem disciplina, reflexão e cuidado com as consequências. “O filho pródigo acreditava que a herança do pai resolveria seus problemas, uma vez que ele desejava desfrutar dos prazeres da vida. Não demorou para que as adversidades batessem à sua porta. Por imaturidade e inconsequência, ele foi levado pelas emoções e, lamentavelmente, perdeu tudo [Lc 15.11-32]”, lembra o líder, ressaltando que, ao mesmo tempo em que errou ao se deixar levar por seus desejos e arroubos juvenis, o rapaz teve a chance de mudar o curso de sua trajetória. “O bonito nessa parábola é que, quando refletiu, ele voltou à casa do pai, que ansiava pelo seu retorno.”

Em artigo postado no portal Ongrace, o Missionário R. R. Soares afirma que é preciso guardar no coração a revelação de Deus por meio das Escrituras Sagradas
Foto: Arquivo Graça / Marcos AC

A psicóloga Kátia Ferreira afirma que o coração e as emoções não são bons conselheiros. A decisão tomada pelo emocional, que é oscilante, pode levar uma pessoa à ruína, pois a impede de perceber as circunstâncias com clareza. “A Bíblia diz que a boca fala do que o coração está cheio [Mt 12.34]. Portanto, é preciso se perguntar: ele tem me conduzido a uma vida de paz ou de confusão?”, questiona.

Saídas da vida – Em seu artigo Manancial de vida, disponível no portal Ongrace, o Missionário R. R. Soares afirma que é preciso guardar no coração a revelação de Deus por meio das Escrituras Sagradas. Desse modo, provaremos que amamos o Senhor e, assim, seremos abençoados por Ele. Ao ouvir o Criador falar o que está escrito na Bíblia, veremos a graça dEle operar em nosso favor. O mundo precisa ver Cristo em nós, o que ocorrerá ao estarmos bem em Sua presença, escreve R. R. Soares, acrescentando: Antes de tomar qualquer decisão, procure alguém conhecido por praticar verdadeiramente a fé em Cristo e orientar outras pessoas em suas dificuldades. Peça-lhe auxílio para entender a vontade do Céu. Logo, você verá que, por ser justo, ele tem a assistência do Senhor na hora da necessidade.

O Pr. Eladir Amaral lembra que o homem é conduzido por seu próprio coração pecaminoso, que o domina e está contaminado com a visão mundana
Foto: Arquivo Graça / Rodrigo Di Castro

O Pr. Eladir Amaral, da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Nova Aurora, Belford Roxo (RJ), lembra que o homem é conduzido por seu próprio coração pecaminoso, que o domina e está contaminado com a visão mundana. O ministro ressalta que há muitas considerações na Bíblia a respeito do coração, mas chama atenção especialmente para as palavras de Salomão registradas em Provérbios 4.23: Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida. “José guardou o coração e permaneceu firme na presença do Senhor. Ele se manteve fiel a Deus mesmo na prisão e ao ser tentado pela mulher de Potifar. Por isso, foi recompensado pelo Criador. Quando o Faraó escolheu José, ele não conhecia o Deus dele, porém atentou para o agir do Senhor na vida do futuro governador do Egito [Gn 39-41].”

O Rev. José Ernesto Spínola Conti alerta: “Desprezar a Bíblia como norteadora de valores morais é jogar no lixo o mais importante manual de sobrevivência da humanidade”
Foto: Arquivo pessoal

O Rev. José Ernesto Spínola Conti, da Igreja Presbiteriana Água Viva, em Estrelinha, Vitória (ES), cita outro exemplo bíblico apontando para um evento negativo. “Quando deixou de cumprir suas obrigações com o exército e ficou em casa, Davi acabou causando uma tragédia com Bate-Seba [2 Sm 11]. O perigo das escolhas emocionais é a crença de estar em caminhos que levam à vida, quando, na verdade, geram morte”, recorda-se o pastor, enfatizando que todo cristão precisa ter a Escritura Sagrada como bússola. “Desprezar a Bíblia como norteadora de valores morais é jogar no lixo o mais importante manual de sobrevivência da humanidade.”

“Caminhos tortuosos” – O Pr. Josué Félix, diretor do Seminário Teológico de Cobilândia, em Vila Velha (ES), destaca que aqueles os quais pautam suas escolhas com base no Livro Sagrado podem viver a vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2), e tanto mais se o fizerem com base na oração. Por outro lado, Félix adverte que muitos valores morais e espirituais estão sendo invertidos, até mesmo entre os cristãos. “É preciso haver mais leitura bíblica, oração e busca pelo Senhor para que o povo de Deus não se enverede por caminhos tortuosos, e sim seja usado como instrumento para guiar outras pessoas à presença dEle.”

O Pr. Luiz Carlos Corrêa destaca que é necessário pregar e ensinar o Evangelho, independentemente das circunstâncias
Foto: Arquivo pessoal

Na opinião do Pr. Luiz Carlos Corrêa, líder estadual da Igreja da Graça na Paraíba, é necessário que o Evangelho seja pregado e ensinado, independentemente das circunstâncias. O ministro cita as palavras de Davi, em seu leito de morte, a Salomão: E guarda a observância do Senhor, teu Deus, para andares nos seus caminhos e para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus testemunhos, como está escrito na Lei de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres, para onde quer que te voltares (1 Rs 2.3). “Daí a importância do ensinamento bíblico”, pontua o pregador.

O Pr. David Botelho, líder da missão Horizontes América Latina, concorda com o líder Luiz Carlos Corrêa, lembrando que o grande perigo de realizar escolhas longe da orientação divina é errar o caminho que definirá onde a pessoa passará a eternidade: Céu ou inferno. “Antes de qualquer coisa, é preciso desejar e buscar a plena vontade do Pai”, afirma Botelho, citando as palavras de Paulo em Efésios 2.10: Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.

Segundo o pastor, a íntima comunhão com o Senhor está diretamente ligada ao tamanho sucesso de Paulo em suas empreitadas evangelísticas. “Após a sua conversão a caminho de Damasco [At 9], ele não parou mais: foi o apóstolo que mais fundou igrejas, que mais realizou viagens missionárias e quem mais escreveu no Novo Testamento. Paulo tinha intimidade com o Espírito Santo.”

O Pr. David Botelho lembra o perigo de realizar escolhas longe da orientação divina e afirma: “antes de qualquer coisa, é preciso desejar e buscar a plena vontade do Pai”
Foto: Arquivo pessoal

Em contrapartida, o líder lembra o caso dramático narrado na Bíblia que envolveu Jefté, o qual fez um voto ao Senhor sem orientação, e isso culminou na morte da própria filha (Jz 11.29-31). “Ele não só prometeu que sacrificaria um ser humano como cumpriu com sua palavra. A Bíblia de Estudo de Genebra faz o seguinte comentário sobre essa situação: Ele não tinha base bíblica”, assinala o pregador.

Ao deixar de seguir os preceitos das Escrituras, cristãos de todo o mundo, não só os norte-americanos, estão perdendo de vista a verdadeira fonte de luz capaz de guiá-los por veredas justas, esquecendo-se da definição do salmista para o que representa a Palavra do Senhor na vida de quem Lhe serve: Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho (Sl 119.105).

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