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Foto: Jude Beck / Unsplash

Juventude solitária

Jovens adultos se sentem muito sós, mas essa sensação pode diminuir à medida que envelhecem

Por Patrícia Scott

Recentemente, chamou a atenção da mídia global o resultado do maior levantamento já realizado sobre solidão no mundo. Capitaneado pela BBC, do Reino Unido, em parceria com o museu britânico Wellcome Collection e três universidades, o estudo recolheu testemunhos de 55 mil pessoas com idades de 16 a 99 anos em 237 nações. Entre outras constatações, a sondagem mostrou que a sensação de isolamento pode atingir indivíduos de todas as idades, mas, principalmente, os mais jovens: 40% dos participantes de 16 a 24 anos disseram que frequentemente se sentem sozinhos. O curioso é que, no grupo com idade superior a 75 anos, o percentual foi de 27%. Os índices de solidão mais altos entre os jovens foram percebidos também nos cortes por país, cultura e gênero. Além disso, um terço dos entrevistados (33%) declarou se sentir só com frequência ou com muita frequência. [Leia nesta reportagem os quadros Vença a solidão e O cristão nunca está só]

A psicóloga Alessandra Augusto explica que a solidão gera profunda dor na alma e, por isso, é um dos ingredientes da depressão: “Vai além do estar sozinho. É uma sensação de estar solto, sem vínculos” Foto: Arquivo pessoal

A psicóloga Alessandra Augusto explica que a solidão gera profunda dor na alma e, por isso, é um dos ingredientes da depressão. “Vai além do estar sozinho. É uma sensação de estar solto, sem vínculos”, ensina, observando que ficar só, por algum tempo, é uma escolha pessoal, que redunda em benefícios, algo que não se dá com a solidão. “Não é uma opção. Ela é acarretada por vários fatores, como baixa autoestima”, adverte.


Solidão entre jovens

Foto: Alex – Worthy of Elegance / Unsplash

Os pesquisadores da BBC acreditam que existem algumas razões para os jovens se sentirem mais sozinhos. Em primeiro lugar, eles têm menos experiência em regular suas emoções. Logo, tudo é sentido de modo mais intenso. O pouco tempo de vida também pode interferir. Eles podem ter se sentido solitários uma ou duas vezes, mas não tiveram a chance de perceber que a solidão é passageira na maioria das vezes.

Além disso, a faixa etária de 16 a 24 anos é uma etapa em que a identidade ainda está mudando. Nessa fase, os jovens estão exercitando a arte de se relacionar com os outros e descobrindo seu lugar na sociedade. Esse processo é naturalmente um fator de isolamento em certa medida. Sendo assim, sentir-se solitário, durante esse tempo, pode ser perfeitamente normal. Some-se a isso a declaração dos mais velhos, que participaram da pesquisa, de que se sentiam solitários no início da fase adulta, o que leva a crer o seguinte: talvez, não seja a modernidade que esteja fazendo as pessoas se sentirem solitárias. Pode ser que, de fato, a juventude seja a fase mais solitária da vida.

(Fonte: Loneliness Experiment)


Segundo a especialista, os jovens, por falta de vivência, ainda não têm ferramentas para lidar com as adversidades, portanto tendem a ser mais afetados. “Já os idosos possuem bagagem de vida. Então, conseguem suportar e superar as perdas e o movimento de ir e vir das pessoas nos seus relacionamentos”, ressalta, acrescentando que, exatamente por esse motivo, sentem-se menos solitários que os mais novos.

A psicóloga Marta Macedo alerta: “A pessoa precisa refletir como encara a si própria. Se é prazeroso ou não conviver consigo mesma” Foto: Arquivo pessoal

Na opinião da psicóloga Marta Macedo, fatores externos agravam o problema, tal como ocorreu devido ao isolamento social experimentado em todo o planeta durante a pandemia em 2020. No entanto, ela explica que, quando se fala do tema em questão, o primeiro passo é fazer uma autoanálise. “A pessoa precisa refletir como encara a si própria. Se é prazeroso ou não conviver consigo mesma.” De acordo com a profissional, o indivíduo é o reflexo daquilo que alimenta a sua mente e as suas emoções. “Isso independe da faixa etária”, afirma. Ela assinala que a percepção desse estado de isolamento não é a mesma na juventude e na velhice. “Porque a rotina e a expectativa com relação à vida são diferentes, sem contar que os idosos são menos cobrados e menos pressionados.”

A aposentada Maria José da Conceição Mendes Couto, 68 anos, sente-se feliz e realizada: “Sirvo na casa de Deus sempre nos cultos da manhã, o que me dá alegria. Ser útil é recompensador. Estamos sempre em contato com pessoas, trocando experiências” Foto: Arquivo pessoal

Bem-estar emocional – A aposentada Maria José da Conceição Mendes Couto, 68 anos, sente-se feliz e realizada. Obreira da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Cabuçu, Nova Iguaçu (RJ), ela diz não ter tempo para a solidão. Seu cotidiano é preenchido com as atividades da Igreja, confecção de peças de artesanato e caminhadas. Ademais, ajuda na loja da nora e visita o filho, de 15 em 15 dias, na cidade de Rio das Ostras (RJ). “Tenho uma vida ativa. Vivo o hoje, o presente”, afirma Maria José, pontuando que fazer a obra do Altíssimo é fundamental para manter o seu bem-estar emocional e psicológico. “Sirvo na casa de Deus sempre nos cultos da manhã, o que me dá alegria. Ser útil é recompensador. Estamos sempre em contato com pessoas, trocando experiências”, alegra-se.


Vença a solidão

Foto: Clement Falize / Unsplash

:: Identifique a raiz do problema.

:: Evite isolar-se socialmente. Mesmo que não seja possível estar com outras pessoas presencialmente, utilize a internet a seu favor.

:: Você é muito amado. Quando Deus olha para você, vê uma pessoa cheia de valor, criada à Sua imagem e semelhança (Gn 1.27).

:: Neutralize os pensamentos negativos. O apóstolo Paulo dá a dica: Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Fp 4.8).

:: Dedique-se aos grupos que você tem afinidade. Por exemplo: as ações ministeriais da sua igreja.

:: Pratique a generosidade (Tg 2.26, At 20.35, Pv 11.25).

:: Por vezes, até as pessoas mais próximas podem abandonar você, mas o Todo-Poderoso é fiel e nunca nos desampara. Quando se sentir sozinho, louve e agradeça ao Eterno por todos os planos maravilhosos que Ele tem para sua história. Adore-O, pois Ele trabalhará no seu coração e expandirá a sua visão.

(Fontes: Dicas de Mulher e Respostas Bíblicas)


A dona de casa Maria Machado da Silva, 75 anos, também não abre mão de trabalhar para o Mestre. “Não me sinto sozinha ou vazia. Deus me dá ânimo e coragem”, testemunha ela, membro da IIGD na Taquara, zona oeste do Rio de Janeiro (RJ). Maria ressalta que estar na presença do Todo-Poderoso é a sua fonte de paz e contentamento. “Jesus é meu Amigo, e tenho amizades na Igreja, o que é ótimo”, assevera, acrescentando que congregar proporciona experiências que contribuem, por exemplo, para a autoestima. “O segredo é não olhar o passado, e sim o presente. Valorizar cada momento e as pessoas.”

Pra. Eristélia Bernardo Silva Martins: “O jovem precisa compreender que não terá a aprovação de todos, mas que o Senhor o recebe de braços abertos em todas as circunstâncias” Foto: Arquivo pessoal

Amor de Deus – Na visão da Pra. Eristélia Bernardo Silva Martins, da Igreja da Graça no Centro de Caratinga (MG), os idosos se sentem menos solitários porque já não buscam tanto a aceitação do outro; os jovens, ao contrário, possuem muito o senso de pertencimento. A pregadora observa que a fé é um excelente antídoto contra a solidão, tendo em vista que ela ensina a pessoa, independentemente da idade, a enxergar o outro, a si mesma e o mundo de maneira diferente. “O jovem precisa compreender que não terá a aprovação de todos, mas que o Senhor o recebe de braços abertos em todas as circunstâncias”, explica ela, destacando que Jesus prometeu jamais nos abandonar [Mt 28.20]. “Então, ao tomar posse dessa promessa, não haverá espaço para a solidão”, completa.

A dona de casa Maria Machado da Silva, 75 anos: “O segredo é não olhar o passado, e sim o presente. Valorizar cada momento e as pessoas” Foto: Arquivo pessoal

Por sua vez, o Pr. Ednilson Cirilo de Luna, líder do ministério da Terceira Idade da IIGD em Madureira, na zona norte carioca, lembra que os vínculos sociais colaboram bastante para que os idosos não se sintam sós. “O apoio e a presença da família são fundamentais mesmo que virtualmente. Assim, eles se sentem mais confiantes e acolhidos.” Além disso, o pregador enfatiza que a Igreja oferece suporte no combate à solidão. “Proporcionamos momentos com eles via internet e, quando necessário, de modo presencial”, atesta o ministro do Evangelho, o qual considera o conhecimento bíblico essencial para enfrentar as adversidades. “A fé cresce à medida que a pessoa é alimentada pela Palavra. Ela ajuda nas horas difíceis. Crer nas promessas leva à vitória.”

O Pr. Ednilson Cirilo de Luna, líder do ministério da Terceira Idade da IIGD em Madureira, na zona norte carioca, lembra que os vínculos sociais colaboram bastante para que os idosos não se sintam sós Foto: Arquivo pessoal

Já o Pr. Edclécio Bezerra Vital, líder estadual do ministério Jovens Que Vencem (JQV), da IIGD em Minas Gerais, assegura que a juventude se sente solitária, às vezes, por não existir um bom relacionamento com os pais, não se adaptar aos padrões da sociedade e, também, pelo acesso à muita tecnologia, o que não favorece a afetividade. “O jovem gosta de ser valorizado e, quando isso não acontece, frustra-se, não consegue lidar com a situação e se isola.”

O Pr. Edclécio Bezerra Vital lembra: “O jovem gosta de ser valorizado e, quando isso não acontece, frustra-se, não consegue lidar com a situação e se isola” Foto: Arquivo pessoal

O líder aponta que Deus criou o homem para ser sociável. “A convivência entre as pessoas deve proporcionar alegria e satisfação”, evidencia o pastor, destacando que a solução para a solidão é crer que o Senhor não desampara nem abandona os Seus filhos. “Jesus disse que estará conosco todos os dias até a consumação dos séculos, e nos deixou o Espírito Santo para nos consolar [Jo 14.26]. A compreensão dessa verdade dissipa a solidão”, conclui.


O cristão nunca está só

Foto: Cristian Newman / Unsplash

As Escrituras Sagradas garantem que Deus está sempre com Seu servo fiel. Eis algumas passagens a respeito desse assunto:

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam (Sl 23.4).

Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus no seu lugar santo. Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca (Sl 68.5,6).

Todavia, estou de contínuo contigo; tu me seguraste pela mão direita (Sl 73.23).

Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me recolherá (Sl 27.10).

Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. (Ec 4.9,10).

(Fonte: Bíblia Sagrada)



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