Comportamento | Revista Graça/Show da Fé
Capa | Atualidade
25/10/2023
Jornal das Boas-Novas – 293
22/12/2023
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Foto: Arte sobre foto de taffpixture / Adobe Stock

Sal e luz

Pastores destacam a importância da amizade entre cristãos e não cristãos para a propagação do Evangelho

Por Evandro Teixeira

Os indivíduos estabelecem diferentes vínculos de amizade ao longo da vida, como destaca o autor de Provérbios: O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão
(Pv 18.24). Em geral, as pessoas se aproximam daqueles com quem possuem mais afinidade, porém nada impede que laços fraternos sejam criados entre indivíduos divergentes, como acontece quando cristãos se tornam amigos de não cristãos. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos pelo Grupo Barna, empresa especializada em estudos de campo voltados para questões relacionadas à Igreja Evangélica, mostrou que a amizade entre crentes e não crentes é bastante comum. O levantamento evidenciou também que pessoas que não têm uma crença definida tendem a procurar os amigos cristãos para questioná-los a respeito do Evangelho e de outros assuntos relativos à religião. O objetivo da sondagem, segundo o Grupo Barna, foi explorar a percepção dos não cristãos quanto aos diálogos estabelecidos a respeito da fé com os amigos seguidores de Jesus. Os pesquisadores constataram que, em geral, os sem religião esperavam que suas opiniões fossem tratadas com honestidade, cuidado e compreensão pelos servos de Deus. De acordo com o relatório do estudo, a falta de atenção adequada do interlocutor fez com que muitos não crentes desistissem de buscar mais informações acerca da fé cristã. Na nossa pesquisa, as respostas são claras: a principal coisa que as pessoas procuram em uma conversa com um cristão é que eles ouçam sem julgamento. Indivíduos sem fé também esperam honestidade sobre perguntas e dúvidas e não querem conclusões forçadas. O melhor ambiente de aprendizagem, dizem eles, é aquele marcado pelo cuidado e pela consideração. Infelizmente, nem sempre é isso que essas pessoas encontram.

O Pr. Éric Costa Dias lembra que a obra é de Deus: “O esforço meramente humano não surtirá o efeito esperado”
Foto: Arquivo pessoal

Os pesquisadores descobriram ainda que uma abordagem ruim pode afastar, permanentemente ou por um bom tempo, o não cristão do Evangelho. O relatório mostra que 43% dos respondentes que não professam alguma religião disseram não querer saber mais sobre Jesus Cristo, devido à forma com que o amigo compartilhou as próprias convicções religiosas com eles.

Diante dos resultados apresentados pelo levantamento, a redação de Graça/Show da Fé indagou pastores do Brasil sobre qual seria a melhor maneira de conversar com colegas e amigos não crentes a respeito do Evangelho. O Pr. Éric Costa Dias, líder da sede estadual da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Boa Vista (RR), lembra que os questionamentos feitos por não cristãos demonstram que eles querem preencher um vazio interior. De acordo com o pregador, por se tratar de algo que pode definir o destino espiritual dessas pessoas, ouvi-las com cuidado e prestar atenção ao que dizem é essencial. “Respeitar as ideias contrárias não significa concordar com elas”, pondera Dias, assinalando que devemos permitir que o Espírito Santo conduza a conversa.

O Pr. Paulo César Lopes afirma: “O caminho para obter resultados positivos é apresentar o testemunho genuíno de quem serve a Cristo”
Foto: Arquivo pessoal

“O esforço meramente humano não surtirá o efeito esperado”, afirma o ministro, citando o conhecido texto de Zacarias 4.6, para destacar que a obra é de Deus: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.

Estratégias do inimigo – O Pr. Paulo César Lopes, líder da IIGD em Lavras (MG), acredita que a postura do crente deve estar de acordo com as palavras do apóstolo Paulo, registradas em 2 Coríntios 3.2,3: Vós sois a nossa carta […] conhecida e lida por todos os homens, porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração. “O caminho para obter resultados positivos é apresentar o testemunho genuíno de quem serve a Cristo.”

O Pr. Roberlan Julião da Silva assinala: “Temos de apresentar a razão de nossa fé e nos contrapor às práticas pecaminosas, por vezes, consideradas normais pela sociedade”
Foto: Arquivo pessoal

No entanto, Lopes alerta para o risco de o servo de Deus absorver pensamentos anticristãos do amigo. De acordo com ele, para não passar por essa situação, é necessário que o crente seja um praticante da Palavra, a fim de estar guardado pelo Senhor e repelir as estratégias do inimigo. “Ao se sentir influenciado por ideias contrárias à Bíblia, ele deverá reavaliar suas amizades.”

Para o Pr. Roberlan Julião da Silva, da Primeira Igreja Batista em Jardim Olavo Bilac, em Duque de Caxias (RJ), na Baixada Fluminense, além de se guardar da influência mundana, o cristão terá de se posicionar diante dos amigos, sobretudo nas questões relacionadas ao pecado. “Temos de apresentar a razão de nossa fé e nos contrapor às práticas pecaminosas, por vezes, consideradas normais pela sociedade.” Na opinião do ministro, comunicar o Evangelho a um conhecido não é uma tarefa difícil se o amigo não crente acompanha a vida do servo do Senhor e vê nele um bom testemunho. “Caso precise de orientação, estará com o coração aberto para ouvir algo da parte de Deus.”

O Pr. Leonardo Mathias da Silva adverte: “Quando temos a oportunidade de falar da mensagem do Evangelho e não o fazemos, em vez de amar, expressamos indiferença”
Foto: Arquivo pessoal

O Pr. Leonardo Mathias da Silva, da Primeira Igreja Batista em Lote XV, no município de Belford Roxo (RJ), na Baixada Fluminense, acrescenta que o crente em Jesus deve estar ciente de seu compromisso como mensageiro do Reino. Por isso, independentemente do vínculo que tenha com as pessoas, o cristão precisa transmitir a Palavra com amor: “Quando temos a oportunidade de falar da mensagem do Evangelho e não o fazemos, em vez de amar, expressamos indiferença”, adverte.

Ganhar os fracos – Já o Pr. Marlei Vagner Lúcio, líder da Igreja da Graça em Barbacena (MG), reforça que todo cristão tem o compromisso de andar em comunhão com o Senhor, levar vidas à salvação e jamais servir de pedra de tropeço para os outros, conforme Jesus adverte em Mateus 18.6: Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar.

O Pr. Marlei Vagner Lúcio destaca: “Teremos de encontrar uma estratégia para fazer renascer no coração dela [da pessoa afastada] o desejo de conhecer mais sobre a fé”
Foto: Arquivo pessoal

O ministro ressalta que, se uma pessoa desistir dessa busca por causa de um mau exemplo, o esforço para reconquistá-la será maior. “Teremos de encontrar uma estratégia para fazer renascer no coração dela o desejo de conhecer mais sobre a fé”, destaca Lúcio, lembrando que devemos nos espelhar na sabedoria dAquele que conseguia, em Seu ministério terreno, atrair a atenção das pessoas e levá-las à reflexão. O líder ainda sublinha o exemplo do apóstolo Paulo, que criou uma estratégia para alcançar os afastados da fé, como lemos em 1 Coríntios 9.22: Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns. De acordo com o pastor, é preciso reafirmar o compromisso da Igreja de proclamar o Evangelho: “Temos essa responsabilidade. Se não a cumprirmos, Deus cobrará de cada um de nós.”

Na opinião do Rev. Eber Cocareli, diretor e apresentador do programa Vejam Só!, exibido pela Rede Internacional de Televisão (RIT), é necessário estar atento ao perigo da associação com falsos cristãos. Na Bíblia, eles são identificados como indivíduos que, mesmo sendo membros de uma igreja, praticam atos degradantes. A respeito deles, o apóstolo Paulo escreveu: Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais (1 Co 5.11). “Esse tipo de amizade deve ser evitado”, alerta o reverendo, reafirmando a importância de o cristão discernir os limites inegociáveis. “Nosso compromisso é com o Senhor Jesus e ninguém mais”, esclarece o pastor, fazendo referência a Tiago 4.4: Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

O Rev. Eber Cocareli diz que é necessário estar atento ao perigo da associação com falsos cristãos e reafirma a importância de discernir os limites inegociáveis: nosso compromisso é com o Senhor Jesus
Foto: Arquivo Graça / Solmar Garcia

Cocareli acredita que a escolha dos amigos deve ser feita com sabedoria, para glorificar o Senhor: Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus (1 Coríntios 10.31).
Nesse sentido, ele afirma que a amizade com incrédulos precisa ser incentivada, a fim de que o servo de Deus tenha a oportunidade de evidenciar seu caráter cristão e influenciar o amigo na decisão de seguir Jesus. “Cristo determinou que Seus seguidores fossem conhecidos como sal da terra e luz do mundo”, reafirma o ministro, citando Mateus 5.16: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que estás no céus.

2 Comments

  1. Vinícius Paulino Teixeira disse:

    🙏

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