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Foto: Carlos Barquero / AdobeStock

Geração aberta

Pesquisa global mostra que jovens de 13 a 17 anos têm uma visão positiva de Jesus, embora não enxerguem os cristãos da mesma forma

Por Patrícia Scott

O que os adolescentes pensam sobre Cristo e Sua Igreja? Essa foi uma das perguntas centrais de um dos maiores estudos já realizados sobre o tema. Foram ouvidos mais de 25 mil jovens, com idades de 13 a 17 anos, de 26 países e 17 línguas diferentes, na América do Norte, América do Sul, Europa, África, Ásia e Oceania. O estudo deu origem ao relatório The open generation (A geração aberta, em tradução livre), publicado pelo instituto de pesquisas norte-americano Barna Group.

O documento concluiu que os adolescentes têm uma imagem positiva de Jesus e estão abertos a ouvir a respeito dEle. Quase metade dos entrevistados (49%) descreveu o Messias como amoroso, 46% disseram que Ele oferece esperança, 43% acreditam que o Filho de Deus Se importa com as pessoas, 38% O veem como confiável e 37%, generoso.

David Kinnaman, diretor-executivo do Barna Group: este estudo teve como objetivo nos ajudar a entender os adolescentes de hoje
Foto: Divulgação / Baker Publishing Group

Porém, a mesma visão positiva não se estende aos seguidores do Mestre. Apenas 31% consideram   os cristãos como pessoas amorosas, 18% acham os crentes em Jesus hipócritas e 16% que são muito críticos. Vale destacar que entre os entrevistados 48% não eram cristãos, 30% cristãos nominais – que não assumiram um compromisso pessoal com o Senhor –, e 22% se definiram como cristãos comprometidos. Este estudo teve como objetivo nos ajudar a entender os adolescentes de hoje. A impressão deixada por essas vozes é de que esta geração está aberta e, inclusive, curiosa sobre diferentes tipos de fé e de perspectivas, informou David Kinnaman, diretor-executivo do Barna Group, segundo o portal PR Newswire. Os dados sugerem que, embora essa geração possa não estar tão engajada com Jesus, está aberta a Ele, acrescentou. [Leia, no final desta reportagem, o quadro Achados interessantes]

O teólogo e educador Lourenço Stelio Rega resume: “É preciso traduzir o Evangelho em uma causa a ser vivenciada pelas atuais gerações”
Foto: Divulgação / STF

O teólogo e educador Lourenço Stelio Rega chama atenção para o fato de que a adolescência é uma fase com características próprias de avaliação da vida. “Os jovens não estão muito ligados às formalidades naturais de uma igreja como instituição. Para eles, valem mais os relacionamentos, a sinceridade, a transparência, a expressão de compreensão e o diálogo.” Na opinião de Rega, entre as peculiaridades das novas gerações está o fato de serem movidas por “causas” e não por esforço ou trabalho. Sendo assim, cabe às lideranças estabelecer um ambiente de acolhimento, ensino bíblico, companheirismo e desafios. “É preciso traduzir o Evangelho em uma causa a ser vivenciada pelas atuais gerações”, resume o teólogo, assinalando que as igrejas precisam ir ao encontro desse público de forma a compreendê-lo em seu interior, traçando um caminho para a introdução da Palavra. “Buscar ajudá-lo a construir um projeto de vida, não apenas no aspecto profissional, mas também em outras áreas.”

O Pr. Bruno de Oliveira afirma: “Os cultos precisam ser proativos e sempre conduzir esse público a conhecer a vontade e o poder de Deus”
Foto: Arquivo pessoal

Mudança desconfortável – O Pr. Bruno de Oliveira, da Assembleia de Deus Ministério Belém, em Caieiras (SP), concorda que a Igreja precisa estar preparada para lidar com o adolescente da pós-modernidade. “Se o mundo mudou, quais ferramentas a Igreja tem para lidar com essa realidade?”, questiona o líder, ponderando que os princípios bíblicos devem permanecer inalterados, mas a abordagem e a forma como a Palavra é transmitida devem ser ajustadas. “Os cultos precisam ser proativos e sempre conduzir esse público a conhecer a vontade e o poder de Deus.”

Porém, na opinião do pastor, a visão negativa que os jovens têm da Igreja está atrelada ao senso de acomodação, característico desta geração, a qual não percebe a necessidade de transformação proposta pelo Evangelho. “Essa ideia tem se difundido entre eles, inclusive nas escolas. Mudança é confronto e, portanto, desconfortável. Por tal razão, eles entendem que a Igreja não ama, pois prega a desconstrução, o confronto, o desconforto. Querem ser aceitos do jeito que são, mas essa mentalidade não está na Bíblia”, explica o líder, lembrando que a Escritura trata de mudança de mentalidade, redenção e transformação de comportamento.

O Pr. Richard Vieira lembra: “É preciso entender o adolescente sem menosprezar os sentimentos dele. Saber ouvi–lo, enxergando a situação com as lentes desse jovem”
Foto: Arquivo pessoal

O Pr. Richard Vieira, da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) no centro de Pinheiro Machado (RS), acredita que a religiosidade de alguns é a causa da percepção ruim dos adolescentes em relação à Igreja. “Enquanto Cristo está preocupado com as almas, a religião atenta erroneamente para o exterior das pessoas. A transformação acontece de dentro para fora a partir do agir do Espírito Santo. É preciso entender o adolescente sem menosprezar os sentimentos dele. Saber ouvi-lo, enxergando a situação com as lentes desse jovem.”

Para Vieira, os seguidores de Jesus precisam rejeitar toda forma de falsidade e viver de acordo com aquilo que pregam e ensinam. “Os adolescentes avaliam se a conduta do cristão segue os ensinamentos da Palavra. Se isso não acontece, enxergam hipocrisia”, alerta o ministro, deixando clara a importância de a liderança possuir um canal de comunicação com os jovens, discipulando-os e incluindo-os nas atividades da comunidade de fé. “É necessário ganhar a confiança deles para que as orientações e os ensinamentos frutifiquem”, salienta o pregador, destacando Jesus como exemplo de líder que sabia construir relacionamentos focados na transformação de comportamento. “Cristo conversou com a mulher samaritana sem julgá-la, fazendo-a entender como era a sua condição de vida, os seus erros e a necessidade de mudança”, lembrou o pregador, referindo-se ao texto de João 4.7-39.

A líder regional do JQV da Igreja da Graça em Santana, Uruguaiana (RS), Fernanda Rolim, salienta: “Jesus demonstrou uma postura diferenciada. Ele não a condenou [ a mulher adúltera], mas deu orientação para que ela mudasse a caminhada dela”
Foto: Arquivo pessoal

“Empatia e compaixão” – A líder regional do ministério Jovens Que Vencem (JQV) da Igreja da Graça em Santana, Uruguaiana (RS), Fernanda Rolim, salienta o tratamento concedido pelo Salvador a outra personagem da Bíblia: a mulher adúltera (Jo 8.1-11). “Jesus demonstrou uma postura diferenciada. Ele não a condenou, mas deu orientação para que ela mudasse a caminhada dela.” Fernanda acrescenta que as grandes distrações do mundo podem tirar o foco dos adolescentes em relação ao Reino de Deus, o que dificulta a construção do alicerce da fé. “Por isso, a Igreja precisa ser um local de encorajamento, amor, empatia e compaixão.”

Por sua vez, o líder do ministério jovem da Igreja Evangélica Batista de Vitória (ES), Victor Rodrigues, avalia que os adolescentes da atualidade estão muito ligados a pautas comportamentais e ideológicas e não gostam de ser confrontados. “É só observar a cultura do cancelamento presente nas redes sociais”, exemplifica Rodrigues. Segundo ele, é preciso que haja humildade das lideranças para perceber as próprias falhas e buscar mudanças, quando necessárias, sem abrir mão dos princípios e valores bíblicos. “Existem questões que não podem ser modificadas, e há também o choque cultural e de gerações. Mas a verdade da Palavra permanece inalterada. Então, a questão é como a mensagem está sendo transmitida”, avalia.

Victor Rodrigues avalia que os adolescentes da atualidade estão muito ligados a pautas comportamentais e ideológicas e não gostam de ser confrontados: “É só observar a cultura do cancelamento presente nas redes sociais”
Foto: Arquivo pessoal

Visão irreal – Líder de adolescentes na Igreja Evangélica Resgate, em Itapoã, Vila Velha (ES), Rafael Zacche de Sá Silva ressalta que os meninos e as meninas chegam às comunidades de fé carregados de costumes e práticas mundanas. “No entanto, dentro dessa nova realidade, que é a igreja, percebem os olhares de reprovação e julgamento. É quando começam os questionamentos a respeito do amor de Jesus ensinado e derramado na cruz.”

Por tal motivo, Rafael pensa ser necessário caminhar com esses jovens, transmitindo o Evangelho em uma linguagem que compreendam. “Muitos já são excluídos em casa, não vivenciam o diálogo com os pais e não possuem senso de pertencimento. Por isso, desejam ser aceitos na Igreja. Quando isso não ocorre, há frustração e decepção.”

Rafael Zacche de Sá Silva ressalta: “Dentro dessa nova realidade, que é a igreja, percebem os olhares de reprovação e julgamento. É quando começam os questionamentos a respeito do amor de Jesus ensinado e derramado na cruz”
Foto: Arquivo pessoal

A escritora Susana Klassen publica textos em seu blog, o Faith Girlz, voltado para garotas. Ela acredita que, nessa fase, os jovens ainda estão desenvolvendo a capacidade de lidar com nuances e complexidades da vida. Na opinião dela, a imagem negativa que muitos têm a respeito dos cristãos advém da forma como a Igreja tem mostrado ao mundo o que é seguir Jesus. “Talvez a santificação esteja sendo apresentada como algo que acontece de uma vez por todas, e não como um processo realizado pelo Espírito Santo de maneira gradual até o fim dos dias”, deduz a escritora, frisando que os jovens precisam entender que todos estão em alguma etapa desse processo, portanto, não devem criar uma visão irreal do que é ser um seguidor de Cristo. “Pode surgir a falsa ideia de que os crentes são hipócritas. Se o cristianismo for pregado apenas como um modelo de comportamento, em vez de ser centrado na comunhão com Deus, quando ocorrer falha humana, haverá margem para acusações de incoerência.”

A escritora Susana Klassen deduz: “Talvez a santificação esteja sendo apresentada como algo que acontece de uma vez por todas, e não como um processo realizado pelo Espírito Santo de maneira gradual até o fim dos dias”
Foto: Arquivo pessoal

Klassen aponta que a percepção dos adolescentes nem sempre está equivocada. “Há hipocrisia e falta de amor no meio cristão, e precisamos de humildade para reconhecer isso. É prudente fazer uma avaliação a fim de identificar as áreas em que a Igreja precisa permitir que o Espírito Santo atue. O amor de Deus acolhe e mostra a verdade com compaixão, não acusa”, revela a escritora, assinalando que os adolescentes buscam aceitação, pertencimento e definição de identidade. “Cristo oferece os três aos que creem nEle e conclama os cristãos, por meio da Igreja e da comunhão dos irmãos, a oferecer isso a todos”, conclui.

Resultados interessantes

A pesquisa do Barna Group, que serviu de base para esta reportagem, apresentou outras informações importantes para serem registradas:

– Poucos adolescentes têm uma visão negativa de Jesus. Apenas 6% acreditam que Ele é irrelevante, 7% O veem como julgador, 8% dizem que   o Redentor está totalmente afastado das questões da atualidade e 10% pensam que Cristo é conhecido pelas coisas às quais se opõe.

– Apesar da visão positiva que têm do Messias, os adolescentes ao redor do planeta não sabem muito sobre o Salvador: aproximadamente metade dos entrevistados (47%) acredita que Jesus foi crucificado, e, apenas um terço (33%) diz que Ele ressuscitou dos mortos.

– Para os adolescentes que relatam ser comprometidos com a fé cristã, há uma forte correlação entre seguir Jesus e experimentar satisfação, apoio e estabilidade. Os jovens que se declaram empenhados em seguir o Salvador tendem a perceber um maior senso de pertencimento do que seus pares que não têm a mesma conexão com o Filho de Deus.

– De maneira geral, os entrevistados se mostraram curiosos sobre o Mestre: 38% disseram estar muito motivados a continuar aprendendo sobre Ele e 21% declararam estar de alguma forma motivados a fazê-lo.(Fontes: PR Newswire e Barna Group).

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