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Foto: BillionPhotos / Adobe Stock

Conhecimento da Palavra

Leitores assíduos das Escrituras se mostram mais esperançosos e resilientes em tempos difíceis, diz pesquisa

Por Evandro Teixeira

Na caminhada com Jesus, nem o mais fiel servo está livre de viver momentos de desânimo e apatia, sobretudo quando enfrenta adversidades. Nessas circunstâncias, recorrer à Palavra de Deus é essencial, pois ela é fonte inesgotável de promessas divinas que renovam a esperança e aumentam a resiliência.

Cristãos de todos os tempos têm experimentado renovo e alívio diante das verdades expressas nas Escrituras Sagradas. É o que revela um estudo recente realizado pela Sociedade Bíblica Americana. De acordo com a edição de 2023 da pesquisa State of the Bible (Estado da Bíblia), pessoas que leem o Livro Santo regularmente são mais propensas a se mostrarem esperançosas e resilientes diante das dificuldades do que as que não mantêm a leitura diária da Palavra.

O Pr. Ronaldo Viana lembra que a Igreja de Cristo é a única “porta” capaz de fazer as pessoas encontrarem a verdadeira esperança: “É preciso conhecer o Deus da Bíblia para conhecer a Bíblia de Deus. Só isso pode nos dar a verdadeira sabedoria”
Foto: Arquivo pessoal

Para realizar o levantamento, os pesquisadores lançaram mão de um instrumento de avaliação psicológica chamado Persevering Hope Scale (Escala de Esperança Perseverante) que busca mensurar o comportamento dos entrevistados em situações cujo desfecho parece im­­pro­vável ou impossível. A escala varia de 1 a 5 pontos. A média dos participantes foi de 3,8 ­– sem levar em con­sideração a idade ou o sexo de cada um. Porém, entre os leitores assíduos das Escrituras e crentes na Mensagem, a pontuação foi mais alta: 4,1. Entre as pessoas que não têm contato com o Livro Sagrado, a média foi de 3,7 pontos. Aparente­mente, aqueles que leem a Bíblia regularmente e que vivem e pensam de acordo com seus ensinamentos encontram recursos para se manterem caminhando, mesmo em tempos difíceis, informa o relatório.

O Pr. Douglas Campos alerta: “A falta de esperança pode levar ao desespero e ao desenvolvimento de um sentimento de incapacidade”
Foto: Arquivo pessoal

O documento lembra que a Palavra de Deus ensina aos seus leitores a viverem a partir da esperança centrada em Cristo. Claramente, esse era o caso nos tempos do Novo Testamento, quando o livro de 1 Pedro foi escrito a cristãos que estavam enfrentando oposição à sua fé: Estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós (1 Pe 3.15). Apesar dos desafios da vida, aqueles crentes em Cristo demonstraram uma esperança perseverante tão notável que incitou questionamentos acerca de sua origem. A pesquisa sugere que isso ainda é verdade hoje, destaca o estudo. [Leia, no final desta reportagem, o quadro Viva esperança]

O Pr. Fernando Alves Cardoso alerta: “A Palavra sempre nos mostra o que devemos fazer. No entanto, saber qual atitude tomar e não agir corretamente faz de nós cristãos inúteis”
Foto: Arquivo pessoal

Pouca fé O Pr. Ronaldo Viana, da Primeira Igreja Batista de São João do Paraíso (RJ), defende que crer no Texto Santo faz o cristão se mover pelo invisível. Porém, isso somente é possível em função de uma expectativa que, segundo ele, também pode ser chamada de esperança. “Crer e esperar andam de mãos dadas e se completam”, salienta, citando Hebreus 11.1 (Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem). Viana lembra que a Igreja de Cristo é a única “porta” capaz de fazer as pessoas encontrarem a verdadeira esperança, elemento essencial para a superação das lutas e adversidades às quais todos os seres humanos estão sujeitos, sendo cristãos ou não. “É preciso conhecer o Deus da Bíblia para conhecer a Bíblia de Deus. Só isso pode nos dar a verdadeira sabedoria.”

Ainda assim, é importante salientar que mesmo os cidadãos que têm a Palavra como fundamento da fé não estão livres de sentir abalos em suas convicções. É o que assevera o Pr. Douglas Campos, da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Leopoldina (MG). “A falta de esperança pode levar ao desespero e ao desenvolvimento de um sentimento de incapacidade”, alerta o ministro, destacando que há uma diferença entre a visão secular e o posicionamento bíblico a respeito da esperança. “No primeiro caso, ela depende de expectativas circunstanciais. Já do ponto de vista das Escrituras, está centrada na pessoa de Cristo e em Sua Palavra, que é imutável e aponta para a eternidade, conforme Romanos 8.24: Porque, em esperança, somos salvos.

A esposa do Pr. Fernando, a dona de casa Vânia Daniela Gonçalves Cardoso, recorda: “Passei a me aprofundar mais no conhecimento da Palavra, fortalecendo, assim, a minha comunhão com o Pai celestial”
Foto: Arquivo pessoal

 Na opinião do Pr. Fernando Alves Cardoso, líder da Igreja da Graça em Matozinhos (MG), o servo de Deus deve desfrutar de todas as dádivas oferecidas pelas Escrituras. Para ele, o cristão necessita ler a Bíblia, mas precisa também orar e jejuar, a fim de discernir a vontade do Pai celestial, e ser obediente à Sua voz, tal como fez Gideão. Citando o texto de Juízes 6.14 (Então, o SENHOR olhou para ele e disse: Vai nesta tua força e livrarás a Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu?), Cardoso lembra que, ao ouvir o chamado do Altíssimo e atender ao que precisava ser feito, aquele juiz conduziu Israel à vitória sobre os midianitas. “A Palavra sempre nos mostra o que devemos fazer. No entanto, saber qual atitude tomar e não agir corretamente faz de nós cristãos inúteis”, alerta.

O ministro reconhece que, em certas circunstâncias, mesmo seguindo a orientação divina, o servo de Deus pode se sentir temeroso. Ele exemplifica seu ponto de vista com o exemplo de Pedro, o qual, atendendo ao comando de Jesus para andar sobre as águas, temeu e começou a afundar (Mt 14.29-31): E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me. E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: Homem de pequena fé, por que duvidaste? “Esse texto nos leva à conclusão de que, mesmo diante das dificuldades, devemos continuar crendo para não afundarmos na nossa falta de fé.”

O Pr. Gilberto Corrêa de Andrade pontua: “Ao longo da história, encontramos homens piedosos que viveram experiências muito difíceis, mas se mantiveram espiritualmente vivos”
Foto: Arquivo pessoal

A esposa do Pr. Fernando, a dona de casa Vânia Daniela Gonçalves Cardoso, 37 anos, relata que, no início de sua conversão, por não ter ainda a fé e a esperança solidificadas na Palavra, quase sucumbiu. “Tinha muitos pensamentos que me condenavam, levando-me a cogitar a possibilidade de abandonar a fé. Achava que nunca seria perdoada pelos erros que havia cometido.” Na época, Vânia não tinha um bom convívio com familiares e amigos, algo que reforçava a sua falta de esperança no futuro. No entanto, por meio da meditação no Livro Santo, ela encontrou uma nova perspectiva para sua vida. “Entendi que nenhuma condenação há para quem está em Cristo Jesus (Rm 8.1)”, declara, mencionando a passagem de 1 Pedro 1.3: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. “A partir daquele momento, passei a me aprofundar mais no conhecimento da Palavra, fortalecendo, assim, a minha comunhão com o Pai celestial.”

O Pr. Aloyr da Silveira Thompson ressalta: “A Palavra de Deus é uma fonte inesgotável para atender a todas as expectativas do ser humano”
Foto: Arquivo pessoal

Reserva de fé – Apesar das dificuldades que surgirem, a resiliência deve sempre ser uma marca na vida do cristão, opina o Pr. Gilberto Corrêa de Andrade, líder da Assembleia de Deus em Presidente Prudente (SP). Para ele, muitas vezes, em momentos de adversidades, o servo de Cristo precisará do que chama de reserva de fé. Dessa forma, embora a situação seja desafiadora, o crente encontrará forças nas lembranças de vivências passadas, nas quais testemunhou o agir do Altíssimo. “Ao longo da história, encontramos homens piedosos que viveram experiências muito difíceis, mas se mantiveram espiritualmente vivos”, pontua.

Por sua vez, o Pr. Aloyr da Silveira Thompson, da Igreja Batista Fonte da Vida em Cachoeiro de Itapemirim (ES), recorda que, sob o ponto de vista cristão, esperança é uma forma de pensar sustentada exclusivamente na pessoa do Senhor Jesus e em Sua Palavra, que garantem ao servo fiel a certeza de que as promessas dEle serão realizadas. “Esse sentimento é essencial para o cristão, pois funciona como um alicerce para sustentar a nossa fé. Certamente, a Palavra de Deus é uma fonte inesgotável para atender a todas as expectativas do ser humano”, conclui.

Esperança viva

Diversas passagens bíblicas garantem ao cristão que a esperança dele não está nas coisas deste mundo, e sim no Altíssimo. De acordo com as Escrituras, esperar significa confiar que Deus sempre cumpre Suas promessas, apesar das circunstâncias. Confira:

Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu Deus (Sl 42.11).

Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no Senhor, seu Deus, que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto há neles e que guarda a verdade para sempre (Sl 146.5,6).

Pois nessa esperança fomos salvos. Mas esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? Mas, se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente (Rm 8.24,25).

Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo (Rm 15.13 – NVI).

 Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar (2 Co 3.12).

Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis (1 Tm 4.10).

(Fonte: Bíblia Sagrada)

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