Falando de História | Revista Graça/Show da Fé
Família – 253
01/08/2020
Palavra dos Patrocinadores – 253
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Para os neomodernistas, o pecado não é um ato revoltoso contra Deus, que exige perdão divino, mas algo que o psiquiatra pode arrancar do subconsciente. O sentimento de culpa não passa de um impulso psíquico, o qual deve ser suprimido, pois, ficando na alma, cria complexos. Quanto à salvação, entendem que ela se trata apenas de um ato intelectual de aceitação de um conjunto de ideias e ideologias dissonantes. O Redentor não passaria de um exemplo a ser imitado. 

Karl Barth (1886-1968) Foto: Reprodução

Os neomodernistas afirmam que o Deus do Antigo Testamento foi somente um Deus tribal, tão corrupto como os seus adoradores; que o texto bíblico é simplesmente a forma com que certos homens exprimiram suas experiências; que Cristo morreu a morte de um mártir, e não uma morte substitutiva por nós; que não há ressurreição dos mortos (o corpo do Mestre foi transportado do túmulo de alguma maneira, porém não ressurgiu) e que Ele não era todo-poderoso.

Em toda a sua volumosa obra, o teólogo alemão Karl Barth (1886-1968) defende ainda outros pontos de vista contrários aos claros ensinos bíblicos. Entre eles:

– O deísmo-filosófico: Deus está no Céu, e nada nos é possível saber acerca dEle.

– A Bíblia é, de capa a capa, um conjunto de palavras humanas falíveis; não é a palavra do Criador, mas a contém.

– Jesus não teve um nascimento virginal, o que equivale a dizer que não é Deus, e sim um homem como Moisés, Confúcio ou Buda.

– Cristo morreu em desespero e mostrou, com sua morte, que nenhum homem pode achegar-se a Deus.

– A morte de Jesus não foi vicária, e Ele não cumpriu a justiça divina.

– A ressurreição de Cristo é um mito: Ele não saiu do túmulo, não apareceu aos discípulos, não ressuscitou. Karl Barth concorda com seu colega alemão David Friedrich Strauss (1808-1874) quando este afirma que a ressurreição não passou de um embuste-histórico.

– Não haverá segunda vinda de Cristo. Para Barth, é egoísta o cristão que alimenta a esperança de uma vida melhor após a morte. Ele, quando é verdadeiramente crente, não precisa da imortalidade da alma, nem do juízo final nem do Céu.

David Strauss (1808-1874) Foto: Reprodução

Ideologicamente, o neomodernismo é também uma negação do caráter absoluto da verdade. Não aceitando a autoridade da Bíblia, os neomodernistas compreenderam que era preciso descobrir uma nova autoridade, no entanto sem renegar as teorias hipotéticas da Alta Crítica, fonte de muitos males. 

Francis A. Schaeffer (1912-1984) Fotos: Reprodução

Muito embora violasse a regra geral pela qual se estabelece se uma ideia é verdadeira ou falsa, Karl Barth conseguiu criar uma autoridade suspensa no vácuo entre o Céu e a Terra. Essa nova autoridade se originou da fusão de dois elementos extremamente adversos: o cristianismo histórico e o conjunto de hipóteses da Alta Crítica. Como esses elementos são reconhecidamente irreconciliáveis, a lógica recomenda que se aceite um e rejeite o outro. Contudo, os neomodernistas aceitam e negam ambos, ao mesmo tempo, servindo-se de uma linguagem dúbia e subjetiva que nunca define nada, para os incautos não perceberem tais absurdos.

Segundo eles, uma ideia pode ser paradoxalmente verdadeira e falsa. Verdadeira do ponto de vista religioso e falsa do ponto de vista histórico. No dizer do teólogo e filósofo cristão Francis A. Schaeffer (1912-1984): Neste sistema, recebem-se as contradições com complacência, e saúdam-se com alegria tanto as variantes do pensamento com os próprios paradoxos. As palavras dos neomodernistas parecem bastante profundas, mas vistas na justa perspectiva, revelam-se mais próximas da loucura que da genialidade. 

Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com

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