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Heróis da Fé | David Brainerd
05/12/2022
Palavra dos Patrocinadores – 281
30/12/2022
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Foto: Arte sobre foto de PxHere

Padrão bíblico

Pastores e especialistas apontam a importância dos ensinamentos de Jesus como base moral no mundo moderno

Por Evandro Teixeira

A vida em sociedade requer respeito aos princípios relativos às normas que determinam o certo e o errado. Essas, geralmente, advêm do conjunto de valores que regem determinada cultura e, portanto, são transmitidas de geração em geração. Entre tantos exemplos de virtudes estabelecidas pelos grupos sociais modernos, estão a honestidade, a justiça e a solidariedade. Não por acaso, elas têm sua base na ética cristã, na Bíblia – especialmente no Novo Testamento.

Por meio dos evangelhos, Jesus ensinou aos Seus seguidores que não se pautassem pelos padrões do mundo, e sim pelos preceitos do Reino dos Céus. O Mestre enfatizava que os valores desse Reino precisariam ter manifestações visíveis no comportamento do indivíduo e deveriam ser reflexo daquilo que ninguém vê: Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela (Mt 5.27, 28). Essa passagem é um trecho do sermão do monte (Mt 5. 7), no qual Jesus ensina sobre os valores que compõem a ética cristã, são eles: humildade, misericórdia, integridade, justiça, promoção da paz, perdão, generosidade e amor ao próximo, incluindo os inimigos (Mt 5.44). [Leia, no final desta reportagem, o quadro Novas criaturas]

O Pr. Níger Silva Martins pontua: “Os princípios de conduta que vêm de Deus estão diretamente ligados a aspectos de caráter, ações e escolhas que interferem na convivência com o próximo e na comunhão com o Altíssimo”
Foto: Arquivo pessoal

Assim, graças à expansão do cristianismo no Ocidente, os valores preconizados pelo Senhor têm permeado as sociedades ocidentais ao longo dos últimos 20 séculos. Uma pesquisa realizada recentemente pelo jornal norte-americano Deseret News, em parceria com o instituto de pesquisas Marist Poll, demonstrou uma clara evidência dessa influência. O levantamento apontou que 91% dos entrevistados concordavam com a Regra de Ouro, com o princípio da reciprocidade, ética registrada em Mateus 7.12: Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós. O inquérito também mostrou que, para os estadunidenses, as principais fontes de orientação moral são a família (79%), os amigos (65%) e os ensinamentos religiosos (63%).

O Pr. Glauco Pires André explica que a diferença da moral cristã está no padrão do Criador, o qual é mais profundo que o humano: “Enquanto a sociedade avalia atitudes, Deus enxerga as reais motivações por trás de cada um”
Foto: Arquivo pessoal

Esquadrinho o coração – Apesar de muitos princípios éticos parecerem, de certo modo, imutáveis, eles não o são, isso porque sofrem constante influência humana. Comportamentos não aceitos hoje poderão ser vistos como a nova regra de bons costumes no futuro. “Os valores morais humanos se mostram transitórios, pois podem mudar conforme a cultura de um povo”, lamenta o Pr. Níger Silva Martins, da Igreja Nova Vida – Ministério É de Deus, em Cascadura, zona norte do Rio de Janeiro (RJ). Por isso, Martins defende que o padrão cristão, fundamentado na Bíblia Sagrada, deve prevalecer entre os crentes em Jesus. “Os princípios de conduta que vêm de Deus estão diretamente ligados a aspectos de caráter, ações e escolhas que interferem na convivência com o próximo e na comunhão com o Altíssimo”, pontua.

A psicóloga Eliane Alves lembra: “A criança precisa de aceitação e segurança para se estruturar como indivíduo psiquicamente saudável”
Foto: Arquivo pessoal

O pastor afirma que a Igreja, propagadora dos princípios bíblicos, deve influenciar as famílias, e elas, por sua vez, a sociedade. Segundo a pesquisa, o lar figura como o principal influenciador na formação moral dos indivíduos. “É o melhor lugar para forjar comportamentos, sendo arriscado transferir essa responsabilidade para terceiros. Corre-se o risco de eles receberem influência de conceitos nada ortodoxos e claramente anticristãos.”

O Pr. Glauco Pires André, da Igreja Metodista Betel, em Santa Cruz, zona oeste carioca, explica que a diferença da moral cristã está no padrão do Criador, o qual é mais profundo que o humano. “Enquanto a sociedade avalia atitudes, Deus enxerga as reais motivações por trás de cada um”, assegura o ministro, citando o texto de Jeremias 17.10: Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.

A cientista social Tânia Foster salienta: “À medida que desenvolve a reflexão crítica, a pessoa pode questionar os valores herdados até mesmo dos pais”
Foto: Arquivo pessoal

No entanto, preservar os valores do Senhor na sociedade está se tornando uma tarefa cada vez mais difícil. Afinal, há muito tempo, os princípios morais – antes recebidos como herança intergeracional no ambiente familiar – vêm sofrendo a influência da televisão e, agora, da internet. “Esses fatores fazem alguns indivíduos terem mais dificuldade para assimilar conceitos morais, que são a base do mundo civilizado”, comenta a psicóloga Eliane Alves. Segundo ela, muitos pais podem precisar de ajuda especializada, a fim de se sentirem mais seguros para lidar com a formação social de seus filhos e auxiliá-los na escolha dos valores adequados. “A criança precisa de aceitação e segurança para se estruturar como indivíduo psiquicamente saudável.”

A cientista social Rosângela Paes Romanoel alerta: “Os filhos tendem a observar mais o comportamento dos pais do que os ensinamentos passados por eles”
Foto: Arquivo pessoal

A cientista social Tânia Foster argumenta que, por mais que a família se esforce para transmitir seus princípios, estes não serão 100% determinantes nas escolhas que o indivíduo fará ao longo da vida. “À medida que desenvolve a reflexão crítica, a pessoa pode questionar os valores herdados até mesmo dos pais”, salienta ela, destacando que cada ser humano desenvolve sua consciência moral e, por meio dela, toma suas próprias decisões. A especialista lembra que os bons costumes são responsáveis pela manutenção da ordem. “O mundo seria um caos se ignorássemos as leis existentes, criadas a partir de princípios éticos e morais.”

O Pr. Antônio Carlos de Andrade Júnior lembra: “Se as comunidades cristãs aceitarem a maneira mundana de viver, elas deixarão de cumprir o seu propósito e para nada mais servirão”
Foto: Arquivo pessoal

Luz do mundo – A cientista social Rosângela Paes Romanoel concorda que a família corre o risco de perder seu poder de influência na formação moral, mesmo quando as orientações começam na infância. Para ela, isso ocorrerá, especialmente, se houver uma divergência entre o ensino e a prática. “Os filhos tendem a observar mais o comportamento dos pais do que os ensinamentos passados por eles.” Na opinião de Romanoel, o mesmo princípio se aplica à Igreja, a qual, segundo ela, precisa sair das quatro paredes do templo e servir como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14) para ser eficaz na pregação da Palavra e influenciar a sociedade. “Uma comunidade cristã meramente religiosa não consegue influenciar seus membros e, certamente, não fará diferença em sua localidade.”

O Pr. Pedro Henrique Nobre Coutinho Moura assevera que a amizade é um instrumento poderoso para agregar e compartilhar os bons costumes cristãos: “Os amigos bons e verdadeiros poderão nos ajudar a crescer, inclusive espiritualmente”
Foto: Arquivo pessoal

O Pr. Antônio Carlos de Andrade Júnior, líder estadual da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Santa Catarina, lembra que a Igreja tem uma função importante na formação moral da sociedade. De acordo com o pastor, ao cumprir a sua missão como pregadora da sã doutrina, ela deve assumir o papel de defensora da verdade e dos bons costumes. “Se as comunidades cristãs aceitarem a maneira mundana de viver, elas deixarão de cumprir o seu propósito e para nada mais servirão”, adverte.

Desse modo, em vez de serem contaminados pelos valores do mundo, os cristãos devem ser fonte de inspiração para os que estão ao seu redor. É o que pensa o Pr. Pedro Henrique Nobre Coutinho Moura, líder da Igreja Metodista em Castelo Encantado, Fortaleza (CE), o qual assevera que a amizade é um instrumento poderoso para agregar e compartilhar os bons costumes cristãos, como assinala o texto de Provérbios 18.24: O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão. De acordo com Moura, o bom cristão tende a atrair pessoas para si, devido a seu comportamento bondoso.
“Os amigos bons e verdadeiros poderão nos ajudar a crescer, inclusive espiritualmente.”

O Pr. Carlos Roberto Pereira de Araújo destaca: “Para o cristão ser exemplo e influenciar, inclusive os amigos, basta ter como modelo o próprio Jesus”
Foto: Arquivo pessoal

Entretanto, ao defender o ponto de vista bíblico, o crente em Jesus também pode ser mal recebido por muitos e sofrer perseguições. Porém, ainda que sejam vistos como inimigos por certos setores da sociedade, os cristãos precisam manter uma postura conservadora e condizente com a Palavra de Deus, é o que garante o Pr. Carlos Roberto Pereira de Araújo, líder da IIGD em Jardim Montezano, no município de Embu das Artes (SP). “Deve-se manter o respeito por tais grupos, mas não acatar as ideias defendidas por eles”, assinala o ministro, reforçando que as comunidades cristãs precisam acolher o próximo e mostrar que é possível construir uma sociedade a partir de uma moral orientada por Deus. “Para o cristão ser exemplo e influenciar, inclusive os amigos, basta ter como modelo o próprio Jesus”, conclui.

Novas criaturas

Foto: Tom / Pixabay

A moral cristã é o conjunto de princípios que devem reger a vida dos seguidores de Jesus, os quais foram chamados a participar do Seu Reino por meio da fé e do novo nascimento. Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus (Jo 3.3). Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo (2 Co 5.17).

Portanto, os cristãos devem levar um estilo de vida repleto de princípios éticos condizentes com o Evangelho. Aquele que experimentou a salvação deve se empenhar para viver de modo compatível com o exemplo de Cristo: Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados (Ef 4.1). Como descrito pelo apóstolo Paulo, o crente deve buscar imitar o Senhor não só em ações: De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus (Fl 2.5).

Além disso, o comportamento alinhado aos padrões morais ensinados pelo Mestre é uma consequência da presença do Espírito Santo na vida do fiel: Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (Gl 5.22). Assim, a comunidade dos salvos será reconhecida pelos demais como pessoas íntegras. Paulo sinaliza isso na carta aos Filipenses: Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor (Fl 4.5), e Jesus em um dos evangelhos: Vós sois o sal da terra […] Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte (Mt 5.13,14). 

(Fonte: Bíblia Sagrada)


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