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Heróis da Fé | Loren Cunningham

Fotos: Divulgação / Youth With A Mission(YWAM)

Ondas de jovens?

Após uma visão dada por Deus, Loren Cunningham revolucionou a obra missionária transcultural em todo o mundo

Por Élidi Miranda*

Um dos líderes cristãos mais respeitados do século 20, Loren Cunningham dedicou mais de 60 anos de sua vida à obra missionária. Fundador da organização Youth With A Mission (YWAM, a sigla em inglês) – Jovens Com Uma Missão (JOCUM), no Brasil –, ele foi o responsável por transformar a maneira de se fazer missões transculturais em todo o mundo.

Nascido em 1935, na Califórnia (EUA), em uma família cristã, Cunningham recebeu o chamado para o ministério aos 13 anos. Em 1956, quando estudava em uma universidade cristã, teve uma visão que marcaria sua vida para sempre. De repente, estava olhando para um mapa-múndi, mas ele estava vivo e em movimento! Podia ver todos os continentes e as ondas quebrando na costa. Cada onda atingia um continente, depois recuava e subia ainda mais até cobri-lo completamente. Ainda na mesma visão, as ondas se tornaram jovens que invadiam todos os continentes do globo. Eles conversavam com as pessoas nas esquinas e fora dos bares, iam de casa em casa e pregavam o Evangelho. Vieram de todos os lugares e foram para todos os lugares, cuidando de pessoas, relatou o missionário tempos depois.

A visão se tornaria a base para a criação da YWAM. No entanto, Cunningham demorou alguns anos para entender o significado daquela experiência tão marcante. Inicialmente, pensou em se envolver com o ensino e a formação de obreiros. Porém, no final dos anos de 1950, enquanto trabalhava em sua dissertação de mestrado sobre as escolas de formação de líderes cristãos, desiludiu-se com a ideia. Após analisar 72 instituições ao redor do mundo, descobriu que poucas estavam impactando significativamente na evangelização mundial. A maioria dos formandos sequer entrava no ministério ou se tornava um missionário transcultural disposto a levar o Evangelho até os confins da Terra.

Loren Cunningham (1935-2023) com a esposa, Darlene: mais de 60 anos dedicados à obra missionária transcultural
Foto: Divulgação / Youth With A Mission (YWAM)

Nessa mesma época, o líder começou a trabalhar com jovens no Sul da Califórnia. Mas estava igualmente descontente: Tive de admitir que a maior parte das atividades que planejei para eles eram vazias. Eles sentiam falta de desafios, afirmou, em entrevista à revista norte-americana Charisma, em 1985. Cunningham desejava estimular a juventude a fazer coisas ousadas pelo Evangelho. Entretanto, não havia muito o que ser feito. Caso desejassem se tornar missionários, as juntas denominacionais exigiriam que ingressassem em um seminário, onde permaneceriam por anos até que pudessem ir a campo.

Foi quando Cunningham, em 1960, com apenas 25 anos de idade, decidiu desburocratizar a atividade missionária. Ele convocou jovens leigos para realizar viagens evangelísticas de curto prazo durante os recessos escolares. Como não havia apoio denominacional, cada participante precisava arcar com as despesas da empreitada e ser responsável pelo próprio sustento. Assim, nascia aquela que se tornaria a maior organização missionária do mundo, a YWAM.

Em 1962, Cunningham conheceu Darlene, com quem se casou no ano seguinte. Naquele período, o trabalho da organização não conseguia mobilizar mais do que uma dezena de rapazes e moças para seus projetos missionários. No entanto, tudo mudou em 1964: o casal organizou uma viagem missionária de verão que abrangia as Bahamas e a República Dominicana. Quase 150 jovens cristãos norte-americanos se inscreveram. Ao regressarem, relataram milhares de conversões e algumas curas.

Sete salas A cada ano, novas campanhas missionárias reunindo milhares de jovens eram realizadas em diversos países. Por volta de 1968, a YWAM contava com 30 missionários em tempo integral, 1.200 obreiros temporários e uma escola de formação missionária na Suíça. Certa vez, Cunningham compartilhou com o evangelista Bill Bright (1921-2003) uma visão que teve sobre sete salas de aula, cada uma correspondendo às esferas da sociedade nas quais os cristãos precisavam impactar: família, religião, educação, mídia, arte, economia e governo. Curiosamente, Bill havia tido a mesma revelação.

Foto: Divulgação/JOCUM Brasil

O trabalho foi se expandindo. Em 1985, quando Cunningham completou 50 anos, a YWAM já enviava mais de 15.000 jovens para viagens de curto prazo todos os anos. O ministério operava em 1.100 localidades de 170 países. Atualmente, a organização, administrada por dezenas de milhares de missionários em mais de 200 países, desenvolve ações ministeriais nas áreas de evangelismo, treinamento missionário e ação social. Em 2010, nos 50 anos da YWAM, mais de 5 milhões de pessoas serviam nos programas missionários, como estudantes, voluntários de curto prazo ou obreiros de tempo integral.

Desse modo, graças à disposição e determinação de Cunningham de honrar o seu chamado, a visão das ondas de jovens invadindo o planeta se concretizou. O segredo para tal façanha foi revelado pelo líder em uma live, realizada em sua casa, em Kailua-Kona, no Havaí (EUA), durante a pandemia de covid-19: Diria a qualquer um: tenha um propósito. Certifique-se de que você está fazendo isso para Deus e Seus propósitos. Ele é amor e você deve demonstrar seu amor, informou.

Naquela mesma residência, após 63 anos dedicados à obra missionária transcultural, Cunningham descansou no Senhor, aos 88 anos, em 6 de outubro de 2023, após lutar contra um câncer em estágio avançado, que tomou seus pulmões, ossos e sistema linfático. Ele deixou a esposa, Darlene, com quem permaneceu casado por quase 60 anos, dois filhos, três netos e milhões de missionários inspirados em seu exemplo espalhados pelo mundo. (*Com informações de Lorencunningham.com, Christianity Today e The Christian Post)


6 Comments

  1. Eva Maria Leão de Mello Costa disse:

    Belíssimo testemunho 🙏

  2. Carlos palhares disse:

    Nobre propósito. Que este maravilhoso objetivo permaneça em cada membro desta organização maravilhosa inspirada por Deus. Deus lhes abençoem.

  3. Maria de Jesus Lobo disse:

    Belissimo exemplo de amor! Desconhecia

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