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Foto: Arte sobre foto de Andrea Crisante / 123RF

Morada futura

Pastores analisam o que a Bíblia diz a respeito do Céu e da vida eterna com Deus

Por Patrícia Scott

As Sagradas Escrituras revelam a vontade soberana de Deus para o homem: reconciliá-lo Consigo, garantindo-lhe uma nova vida. Além disso, afirmam que, mediante o sacrifício de Jesus na cruz, a humanidade pode obter o perdão dos pecados e, dessa forma, ter livre acesso à presença do Senhor (Hb 10.9). Tal benefício tem efeitos não apenas no presente, mas também por toda a eternidade. O Céu, a morada de Deus (Is 66.1), torna-se também o lar pós-morte daqueles que creem na salvação em Cristo. Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna e para que creiais no nome do Filho de Deus (1 Jo 5.13). [Leia, no final desta reportagem, o quadro A vida eterna é esta]

O missionário norte-americano Gordon Lindsay (1906-1973) destaca, na obra O Caminho para a Vida Eterna (Graça Editorial), que existe, no coração de todo ser humano, um instinto de imortalidade, um anelo pela eternidade
Foto: Reprodução

O missionário norte-americano Gordon Lindsay (1906-1973) destaca, na obra O Caminho para a Vida Eterna (Graça Editorial), que existe, no coração de todo ser humano, um instinto de imortalidade, um anelo pela eternidade. No íntimo do homem, há algo que lhe diz não ser a morte o fim de tudo. No mundo físico, observa ele, a própria natureza ensina que existe vida após a morte. Um grão de trigo cai na terra aparentemente apenas para morrer. Mas não é assim! A natureza tem um milagre reservado. A vida surge da morte! Aquele grão que morreu não somente recebe vida, como também a reproduz muitas vezes, ilustra o autor, pontuando que o Mestre falou claramente sobre esse tema em diversas passagens bíblicas.

Uma delas é o conhecido texto de João 14.1-3: Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também. O Céu é, portanto, um local além do mundo natural. Nas Escrituras, Jesus o apresenta como um lugar alegre, onde há festa (Lc 14.15-24; Lc 15.7).

O teólogo Tiago Santos lembra que não há, na Bíblia, um relato do mundo celestial: “Há somente uma prévia do quanto será gloriosa a nova morada do povo santo”
Foto: Arquivo pessoal

No livro da vida Entretanto, não é possível descrever exatamente como é a morada celestial. Porém, o Texto Sagrado dá a entender que o mundo físico, em todo o seu esplendor, é uma vaga sombra da glória do Reino de Deus. O livro de Apocalipse afirma: E as doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade, de ouro puro, como vidro transparente. E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações andarão à sua luz, e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das nações. E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro (Ap 21.21-27).

O teólogo Márcio Madalena Maciel afirma que a meta de todo ser humano é descansar após a morte em um lugar tranquilo: “No cristianismo, buscamos ir para o Céu para continuar desfrutando da presença maravilhosa
de Deus”

Foto: Arquivo pessoal

O teólogo Tiago Santos, especialista no Antigo e no Novo Testamento, constata que, embora a descrição feita em Apocalipse seja repleta de detalhes, não há um relato do mundo celestial. “Há somente uma prévia do quanto será gloriosa a nova morada do povo santo”, explica ele, destacando que Bíblia mostra que o Céu é criação do Altíssimo, porém, superior àquela narrada no primeiro capítulo de Gênesis. 

Segundo o teólogo Márcio Madalena Maciel, a meta de todo ser humano é descansar após a morte em um lugar tranquilo. “No cristianismo, buscamos ir para o Céu para continuar desfrutando da presença maravilhosa de Deus”, relata o estudioso, assegurando que a principal motivação do cristão é estar eternamente com o Senhor. Maciel lembra que a graça do Pai celestial alcança o homem para que ele habite ao lado do Criador para sempre. “A misericórdia do Senhor nos regenerou para uma herança incorruptível e incontaminável para se revelar no último tempo.”

O Pr. Jorge Pereira da Silva ressalta que ficar livre do pecado já é motivo suficiente para o cristão desejar o Céu e lembra que “o amor do Criador pelo homem, que o conduz à vida eterna”
Foto: Arquivo pessoal

“Carregar a cruz” – A partir dessa perspectiva, o Pr. Jorge Pereira da Silva, da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Sobradinho (DF), ressalta que ficar livre do pecado já é motivo suficiente para o cristão desejar o Céu. Citando a passagem de Eclesiastes 3.11–ARA (Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim), o pregador esclarece: “essas palavras demonstram o amor do Criador pelo homem, que o conduz à vida eterna”.

Na visão do Pr. João Carlos Almeida, da Assembleia de Deus em Urbis, em Dias d’Ávila (BA), a principal característica do Evangelho é a garantia do Paraíso. No entanto, o líder assevera que a jornada do indivíduo na Terra determina como será a eternidade dele. “A pessoa tem o direito de escolher o caminho que deseja seguir. Porém, se o ser humano despreza Jesus, já está condenado”, afirma Almeida, citando João 3.17,18: Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

O Pr. João Carlos Almeida assevera que a jornada do indivíduo na Terra determina como será a eternidade dele e afirma que a pessoa tem o direito de escolher o caminho que deseja seguir: “Se o ser humano despreza Jesus, já está condenado”
Foto: Arquivo pessoal

O líder assembleiano observa que a vida eterna foi conquistada pelo Salvador, mas o cristão precisa viver em conformidade com a sua nova natureza, preparando-se para entrar na morada eterna. “Isso requer renúncia diária, como Jesus solicitou aos que desejavam segui-Lo. O Mestre foi claro: a autonegação torna o servo de Cristo apto para carregar a cruz”, pontua João Almeida, assinalando que a Bíblia nomeia esse processo como santificação. “É um preparo tríplice: no espírito, na alma e no corpo. Nossa jornada visa o retorno à casa do Pai, como filhos de Deus.”

O Pr. Fábio Rondon esclarece que o crente em Jesus precisa viver com os olhos voltados para o Alto: “Durante a caminhada na Terra, é possível vislumbrar um pouco do que seja a presença do Pai na eternidade”
Foto: Arquivo pessoal

O caminho de santificação inclui a busca diária por mais comunhão com o Senhor, por meio da leitura e da meditação em Sua Palavra e pela oração. O Pr. Fábio Rondon, da Igreja da Graça em Novo Horizonte, na cidade de Rolândia (PR), esclarece que o crente em Jesus precisa viver com os olhos voltados para o Alto. “Durante a caminhada na Terra, é possível vislumbrar um pouco do que seja a presença do Pai na eternidade”, destaca o líder, lembrando que o cristão deve viver neste mundo com foco no futuro, conforme Paulo escreveu aos Filipenses: Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas (Fp 3.20,21).

A vida eterna é esta

Foto: Arte sobre foto de PxHere

A Bíblia afirma que a salvação, a vida eterna com Deus, é concedida somente aos que creem em Cristo como Salvador: Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece (João 3.36).O Livro Sagrado ensina que Jesus veio ao mundo para salvar a humanidade das amarras do pecado.

A partir da queda (Gn 3.23), o homem passou a viver separado do Senhor e, portanto, carecia de Seu perdão. No Antigo Testamento, os sacrifícios estabelecidos na Lei de Moisés tinham o objetivo de promover a reconciliação entre Criador e criatura. Porém, aqueles rituais precisavam ser constantemente repetidos (Hb 10.1).

Jesus Cristo, que é o próprio Deus encarnado, veio ao mundo inaugurar uma Nova Aliança e Se oferecer como Cordeiro imaculado (sem pecados) em um sacrifício perfeito e definitivo (Hb 9.26). Quem crê em Sua obra vicária (substitutiva) é declarado filho de Deus (Jo 1.12) e conquista o direito de passar a eternidade com Ele no Céu: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).

Contudo, mesmo os salvos pelo sangue de Cristo, precisam atentar para a forma como vivem, a fim de que seja de maneira condizente com a Palavra. O cristão deve viver no temor do Espírito Santo, como o apóstolo Paulo ensina aos Gálatas: Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna (Gl 6.8). Já em sua carta aos Efésios, ele fez a seguinte exortação: Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios (Ef 5.15). Aos Filipenses, Paulo escreve: Deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo (Fp 1.27a).

Por sua vez, o autor da carta aos Hebreus destaca: Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). E, concluindo, o apóstolo Pedro recomenda: Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo (1 Pe 1.15,16).

(Fonte: Bíblia Sagrada)

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