Sociedade
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01/09/2022
“Nas mãos de Deus”
Após entregar a vida a Jesus, família experimenta transformação na saúde, nas finanças e no relacionamento
Por Evandro Teixeira
A história da estudante Isabela Pedroso Frazon, 22 anos, é de lutas e de grandes vitórias. Tanto para ela quanto para seus pais, os empresários Robson Alexandre, 46 anos, e Gláucia Frazon, 43. A jovem nasceu em 2000, fruto de uma gestação marcada por complicações. Com uma saúde frágil, aos seis meses de vida, a pequena enfrentava asma brônquica [inflamação crônica dos brônquios, tubos que levam o ar para os pulmões] e contraiu meningite viral [inflamação das meninges, camadas de tecido que cobrem o cérebro e a medula espinhal].
Porém, a maior batalha ainda estava por vir. Aos dois anos, exames constataram que a pequena tinha uma má-formação na válvula do rim esquerdo. O problema foi tratado, a princípio, com medicação. Dois anos depois, porém, os médicos optaram por uma intervenção cirúrgica, e, na ocasião, a menina contraiu uma infecção hospitalar. Esse problema levaria Isabela a ser submetida a outro procedimento cirúrgico apenas seis meses depois, já que, devido a essa complicação, a válvula ficou obstruída, e não conseguiram salvar o rim da garotinha.
Além disso, continuava a luta contra a bactéria contraída na primeira internação. Foram dois anos em que Isabela viveu à base de antibióticos. Ela corria o risco de perder cabelos e dentes, devido à quantidade de medicação administrada – oral e intravenosa. Ao longo de todo aquele processo, Gláucia, que ainda não era convertida ao Evangelho, passava noites inteiras chorando, com medo de perder a filha. “Pedia ao Senhor que não deixasse isso acontecer.”
Isabela já estava com seis anos quando os exames de sangue – realizados mensalmente – mostraram a ausência da bactéria. A mãe ressalta que o resultado apareceu quando ela, mesmo sem conhecer bem a Palavra, começou a orar de uma forma diferente: declarava que a vida de sua filha estava “totalmente nas mãos de Deus”. Contudo, segundo os médicos, ainda seria necessário esperar cinco anos para confirmar que não havia infecção ativa no material analisado.
Mesmo diante da melhora da pequena, Gláucia entrou em um processo de depressão. Tinha crises de choro e se irritava com facilidade. Ela reconhece que sempre teve pouco tato para falar com as pessoas, mas piorou com o quadro depressivo. Assim, a convivência familiar se tornou difícil. O marido e a filha tinham de lidar com suas atitudes, por vezes, grosseiras. Isso acabou a afastando da filha. Na época, ela ainda não trabalhava com o marido, na empresa da família, e a depressão se tornou mais intensa quando perdeu o emprego como auxiliar administrativa em uma editora, a ponto de procurar tratamento psiquiátrico e tomar antidepressivos por algum tempo.
Glaucia exercia, aos finais de semana, outra atividade profissional: tocava teclado e cantava em casamentos. Em 2008, como forma de presentear uma amiga evangélica que iria se casar, ofereceu-se para tocar na cerimônia, que seria na sede regional da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Sapopemba, zona leste de São Paulo (SP). Gláucia conta que sentiu seu coração se quebrantar durante os ensaios, ao ver como as pessoas eram bem acolhidas na Igreja.
Não temas – Dois anos se passaram, e Gláucia iniciou um trabalho na corretora de seguros do marido. Entretanto, nem a empresa nem o casamento deles iam bem. Até que um convite inusitado, feito pelo líder regional da IIGD em Sapopemba, mudaria tudo: ele queria que ela tocasse teclado em um culto. O pastor frisou que jamais se esquecera de sua apresentação no casamento da amiga.
Em agosto de 2010, ela tocou em uma reunião da Igreja e, a partir daquele dia, começou a frequentar os cultos. Seu entendimento acerca do Evangelho foi se abrindo até que, dois meses depois, foi batizada nas águas. “Desisti de trabalhar com música e passei a dedicar meu talento apenas para adorar ao Pai celestial.” Isabela, então com dez anos, acompanhava a mãe aos cultos e ficava na escolinha. Ao final das reuniões, a pequenina compartilhava o que aprendera, e isso acabou reaproximando mãe e filha.
A conversão de Gláucia, entretanto, não foi vista com bons olhos por Robson. Durante os três primeiros anos de caminhada cristã, ela enfrentou tal resistência com oração. Até que, em dado momento, sentiu que deveria orar e ler a Bíblia com o marido. Ela leu com ele o texto de Isaías 41.10: Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. Gláucia pontua que, durante a leitura, seu marido chorou. E, assim que terminaram de orar, ele quis ir à Igreja e lá se decidiu por Cristo.
Em abril de 2013, com quase 13 anos, já completamente curada da bactéria hospitalar, Isabela foi batizada. Dois meses depois, chegou a vez de seu pai descer às águas batismais. O casamento de Robson e Glaucia foi restaurado, eles se tornaram dizimistas fiéis e patrocinadores da obra, e a saúde financeira da empresa foi recuperada. Hoje, ele canta no coro da Igreja, enquanto Gláucia e a filha estão no ministério de louvor.
Agora, Isabela toca violão e faz parte da liderança dos jovens. Aos 22 anos, ela em nada lembra a menina de saúde frágil que enfrentou tantas enfermidades. Conhecedora da Palavra e do poder do Alto, ela já tem as próprias experiências de fé. A principal delas foi realizar seu sonho de adolescência e ingressar na Faculdade de Engenharia Aeronáutica – um curso caro – com bolsa de estudos quase integral. Para a família, essa e outras conquistas apenas confirmam aquilo que Gláucia disse, em oração, quando a filha ainda era pequena: a vida de todos eles estão totalmente nas mãos de Deus.
