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Foto: Javier Allegue Barros / Unsplash

Submissão total

Pastores e especialistas reafirmam a importância de obedecer à vontade soberana de Deus

Por Evandro Teixeira

Uma das preocupações do cristão é se manter firme na fé. Não por acaso, o apóstolo Paulo afirma, em sua epístola aos romanos, que a vontade do Senhor é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2). Essa conhecida passagem mostra que Deus conduz a nossa vida com maestria. Entretanto, como o Criador não anula nossa capacidade de fazer escolhas, há situações em que o salvo pode se sentir em dúvida e angustiado por não ter certeza de estar tomando uma decisão aprovada pelo Altíssimo. 

Compreender o querer divino é possível àqueles em que o Espírito Santo habita, como afirma o evangelista norte-americano Kenneth E. Hagin (1917-2003) em seu livro Como você pode conhecer a vontade de Deus (Graça Editorial). Na obra, Hagin destaca que o cristão pode ser guiado pelo Consolador: Embora outras pessoas não a ouçam, a voz do Espírito Santo é audível para nós; porém, não a escutamos com o ouvido físico, observa o autor, citando que o Senhor também Se vale dos dons espirituais, como visões e profecias, para comunicar Sua vontade a Seus filhos. No entanto, o evangelista lembra que essa compreensão dependerá do quanto o servo está sensível à voz do Criador. 

O princípio explicitado por Hagin pode ser aplicado na tomada de diversas decisões, na opinião da estudante de Pedagogia Natália Alves Santos Barreira, 32 anos, membro da Igreja Evangélica do Calvário em Bandeirantes, em Nova Iguaçu (RJ), na Baixada Fluminense. Ela testemunha que, antes de se aprofundar na área da Educação, era apaixonada por Contabilidade e, por isso, sempre acreditou que esse seria seu campo de atuação. O desejo de ingressar na faculdade de Ciências Contábeis era grande, mas, depois de oito anos tentando entrar nesse curso, começou a perguntar ao Senhor o que Ele queria para a vida profissional dela. “Por estar envolvida no ministério infantil da Igreja, entendi que poderia atuar em uma área vinculada a esse segmento.” 

A estudante de Pedagogia Natália Alves Santos Barreira: “Por estar envolvida no ministério infantil da Igreja, entendi que poderia atuar em uma área vinculada a esse segmento”  Foto: Arquivo pessoal

A partir de então, o Senhor começou a usar pessoas confirmando tal perspectiva. Atualmente prestes a concluir Pedagogia e a especialização em Psicopedagogia, ela pretende trabalhar ajudando crianças com dificuldades de aprendizagem. Hoje, Natália  sabe que seus ouvidos espirituais não estavam aguçados para entender o que o Pai queria dizer-lhe. “Precisamos estar atentos à voz do Senhor. Agora estou no lugar certo.”

Vontade divina – Na visão do Pr. Jasson dos Santos Azevedo, 47 anos, líder da Igreja Metodista em Aimorés (MG), a paz interior é um dos sinais da aprovação do Altíssimo. “Esse sentimento interage como um elemento apaziguador em meios às dúvidas. É a confirmação de Deus.” Para ele, o cristão precisa entender a sua condição de servo do Senhor, termo que estabelece uma relação de submissão. Segundo o pregador, se o Criador nos conduzir para determinada direção, devemos obedecer, acreditando em Sua boa e perfeita vontade, por mais que, aos olhos humanos, o caminho indicado não pareça ser o melhor. “Essa situação faz com que saiamos da zona de conforto e nos submetamos ao querer dEle.”

O Pr. Jasson dos Santos Azevedo ressalta que a paz interior é um dos sinais da aprovação do Altíssimo: “Esse sentimento interage como um elemento apaziguador em meios às dúvidas. É a confirmação de Deus” Foto: Arquivo pessoal

O Rev. Ozéas da Silva Alvarenga, 43 anos, líder da Igreja Metodista em Muriaé (MG), pensa de forma parecida. De acordo com ele, o cristão necessita compreender a soberania de Deus. “Embora seja natural fazer planos, pode ocorrer de a vontade do Senhor seguir na contramão dos projetos humanos.” Porém, o pastor alerta que, se o cristão for insensível à voz do Pai, pode agir fora de Sua direção. “É confortador ser guiado pelo Espírito Santo, pois Ele nos faz entender o que quer nos comunicar”, frisa o líder, assinalando que a rebeldia acarreta sérias consequências para nós. 

O Rev. Ozéas da Silva Alvarenga diz que o cristão precisa compreender a soberania de Deus: “Embora seja natural fazer planos, pode ocorrer de a vontade do Senhor seguir na contramão dos projetos humanos”  Foto: Reprodução / YouTube

Na opinião do Rev. Gean Luiz Peroni Brandão, 39 anos, da Igreja Metodista de Areais, em Ribeirão das Neves (MG), há outro complicador. Ele salienta que é possível um cristão confundir a própria vontade com a do Criador. Para evitar esse equívoco, é preciso avaliar o querer humano a partir dos princípios bíblicos e perceber se as motivações estão respaldadas pelo Todo-Poderoso, conforme a advertência de Jeremias 17.10: Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações. “Quando o querer de Deus e o do homem não são os mesmos, é preciso ficar alerta”, observa. Ele ressalta que essa situação pode levar o cristão a agir fora da vontade divina, e isso pode redundar em maldição para a vida da pessoa. 

Rev. Gean Luiz Peroni Brandão: “Quando o querer de Deus e o do homem não são os mesmos, é preciso ficar alerta” Foto: Arquivo pessoal

O líder lembra que, em Deuteronômio, há várias exortações sobre tomar decisões em conflito com a orientação do Alto. Ele cita o capítulo 28.15 (Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então, sobre ti virão todas estas maldições e te alcançarão) e adverte: “Todas as nossas ações geram reações”.

Foto: Patrick Fore / Unsplash

Consonância com a Palavra – Já o Prof. Lucas Merlo Nascimento, 32 anos, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo, tem um entendimento diferente. Ele acredita que há um equívoco ao se almejar uma orientação do Senhor para cada decisão nossa. “É preciso haver uma compreensão acerca da responsabilidade do homem por suas escolhas, porque Deus o dotou de capacidade investigativa e decisória.”

O Prof. Lucas Merlo Nascimento lembra: “É preciso haver uma compreensão acerca da responsabilidade do homem por suas escolhas, porque Deus o dotou de capacidade investigativa e decisória” Foto: Arquivo pessoal

Membro da Igreja Batista 21, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo (SP), ele observa que todo ser humano, inclusive o cristão, pode enfrentar dificuldades a partir de suas escolhas. Para o professor, seria um engano atribuir isso a um desvio do querer do Altíssimo. “Passar por momentos difíceis por causa de uma decisão pessoal não significa errar a vontade do Senhor”, destaca Nascimento. Ele sinaliza que o desejo do Pai será contrariado apenas se a escolha feita resultar em um ato pecaminoso. 

De acordo com o docente, as resoluções que contrariam as vontades redentora e santificadora de Deus, expressas em Sua Palavra, são pecados. A primeira vontade tem a ver com a obra de redenção e os atos que a envolvem, como a encarnação de Jesus. “Por isso, torna-se uma falha, por exemplo, negar o sacrifício da cruz.” Já a segunda, expressa a ação do Espírito Santo na vida dos salvos, revelando as disposições corretas e incorretas do homem. 

Estar emconsonância com a Palavra é essencial para quem quer se manter no centro da vontade do Senhor, na opinião do Pr. Eduardo Santos, 36 anos, líder distrital da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Brasília (DF). Ele evidencia que a área espiritual deve ser a mais importante da vida do cristão. “Quem não tiver essa compreensão viverá apenas para satisfazer suas necessidades, podendo distanciar-se de Deus.”

O Pr. Eduardo Santos diz que o cristão deve ter o cuidado de agir em obediência à orientação divina: “O maior querer do Senhor é que Seus filhos sejam abençoados” Foto: Arquivo pessoal

O líder frisa que até Jesus abriu mão de Seu querer em prol dos propósitos divinos, como registra o texto de Lucas 22.41,42: E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua. Eduardo Santos sinaliza que, independentemente da circunstância, o cristão deve ter o cuidado de agir em obediência à orientação do Altíssimo. Somente assim, as bênçãos declaradas por Ele em Sua Palavra se tornarão acessíveis a Seus filhos. “O maior querer do Senhor é que Seus filhos sejam abençoados”, conclui, citando Efésios 1.3: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo


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