Carta Viva | Revista Graça/Show da Fé
Atualidade
04/03/2023
Missões – 284
30/03/2023
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Fazendo a mesma obra


Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13.15).

Desde o início da minha fé em Cristo, quando eu tinha seis anos, maravilhava-me com as obras realizadas por Ele em Seus dias na Terra. Imaginava a autoridade dEle sobre as doenças, os demônios, as forças da natureza e até a própria morte, pois trazia mortos à vida. Tudo no Filho de Deus me fascinava. Era como se a narrativa dos Seus feitos se tornassem reais diante de mim. Já nos primeiros cultos dos quais participava, eu me via pregando a Palavra, assim como os pastores faziam. Quanto amor eu sentia, sem falar no bem que as ministrações faziam à minha alma!

Muitas coisas eu não entendia; por isso, aos sábados, eu costumava ir à igreja, onde encontrava um irmão em Cristo, já com seus 60 anos, chamado Sr. João, que sempre estava ali para dar um capricho no templo e no pequeno terreno no fundo da igreja, limpando-os. Então, ele me explicava com sua voz sempre rouca. Eu tinha fome de conhecer o Salvador, principalmente como a Bíblia O retrata, pois O imaginava usando o poder de Deus para curar, libertar e ressuscitar mortos.

Foto: Timothy Eberly / Unsplash

Eu tinha fome de conhecer o Salvador, principalmente como a Bíblia O retrata, pois O imaginava usando o poder de Deus para curar, libertar e ressuscitar mortos

No entanto, algo me intrigava no Sr. João: quando sofreu um AVC, ficou com sequelas. Eu não podia aceitar aquilo. Certa vez, conversei sobre ele com uma professora bem influente na igreja, sugerindo que orássemos para que fosse curado. Ela me disse que já haviam orado. Repliquei que ele ainda não tinha recebido a cura, e a resposta dela não me convenceu. Ora, no fundo da minha alma, não cria que o Deus bom e maravilhoso, O qual aceitei, iria desampará-lo e deixá-lo continuar doente. Como era um menino, não pude fazer nada!

ENCONTRO COM T. L. OSBORN – Nasci em uma pequena cidade do interior do estado do Espírito Santo e, aos 16 anos, fui para o Rio de Janeiro. Quatro anos depois, voltei à minha terra e, na casa do meu avô, encontrei um livro já sem capa e bem usado, escrito pelo evangelista americano T. L. Osborn, cujo título é: Curai enfermos e expulsai demônios. Que livro! Com aqueles escritos, via-me diante de multidões de pessoas doentes e perturbadas, sendo curadas e libertas pelo poder de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.

Naqueles dias, eu estudava a língua russa, pois tinha ganhado uma bolsa de estudos para ir a Moscou estudar Medicina na Universidade Patrice Lumumba, criada para receber jovens da África, América Latina e Ásia. Mesmo sabendo que iria para a sede do governo que pregava o ateísmo, estava decidido a pagar o preço, porque o meu desejo era ser médico para, após o curso, tornar-me um médico missionário.

Entretanto, aconteceu algo que nunca esperei. Em dado momento, durante a leitura do livro, sentia como se mil vozes dissessem que eu fosse pregar o Evangelho. Eu chorava com emoção, a ponto de parar de lê-lo, pois as lágrimas não me deixavam prosseguir. Colocava o exemplar de lado, esperava a agitação de sentimentos passar e voltava a ler as maravilhas contidas naquelas palavras. Mas a mesma comoção voltava a me tomar. Penso que isso durou umas duas horas. Ali, disse: “Pai, o Senhor sabe a razão de eu querer ser médico; não é para ficar rico, e sim para curar os doentes”. A seguir, dentro de mim, escutei uma voz suave e doce, dizendo-me: “Com o Meu poder, você há de curar mais doentes do que como médico e ainda os levará aos Céus”. Na hora, gritei: “Jesus, o mundo perdeu um médico, e o Senhor ganhou um pregador”.

Foto: ROMANYEL / Wikipedia

Naqueles dias, eu estudava a língua russa, pois tinha ganhado uma bolsa de estudos para ir a Moscou estudar Medicina na Universidade Patrice Lumumba, criada para receber jovens da África, América Latina e Ásia

Que decepção senti ao visitar, no Rio de Janeiro, um dos filhos do Sr. João! Ele também era meu amigo e, na verdade, penso que havia algum parentesco entre nós pelo lado da minha avó paterna. Eu sonhava em ver o Sr. João restaurado, por isso fui ao trabalho desse seu filho algumas vezes para tentar convencê-lo a procurar comigo a cura do seu pai. Com a maior frieza e franqueza, o rapaz disse não crer que o Senhor cura nos dias de hoje e recusou qualquer clamor em favor de seu pai. Que tristeza!

AS OBRAS DE DEUS – Na cidade do Rio de Janeiro, comecei a frequentar igrejas evangélicas que faziam orações para curar os enfermos, libertar os endemoninhados e operar as demais obras realizadas por Jesus. No início desta mensagem, citei o versículo 15 de João 13, no qual o Salvador afirma nos ter dado o exemplo para agirmos como Ele. Creio nisso, e aquele contato com o poder celestial me ajudou bastante. Porém, ainda havia uma insatisfação no meu coração. Fico triste quando vejo alguém sofrendo de uma doença incurável e não ser sarado pela fé em Cristo. Ora, sempre achei que Deus tem a cura para todos, desde que aprendam a tomar posse do que lhes pertence.

Estamos tão longe do exemplo de Jesus que dizemos que o Senhor operou milagres e até coisas que sequer foram pedidas para Ele fazer. Temos dado importância aos ensinamentos de Cristo? A tradução Revista e Corrigida da Bíblia registra somente uma vez a palavra milagres como tradução de térata, no grego: Então, Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis (Jo 4.48). Ele Se referia às maravilhas que ocorriam como obras divinas. Já a Revista e Atualizada usa os vocábulos maravilhas e prodígios, dando-nos a entender que se tratam de feitos que só Deus pode realizar.

COMO EXIGIR OS NOSSOS DIREITOS – Vamos aprender que, ao sermos salvos, fomos feitos reis e sacerdotes para Deus, conforme declarou o anjo do Senhor ao entregar a revelação ao apóstolo amado: João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete Espíritos que estão diante do seu trono; e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém! (Ap 1.4-6).

Foto: Pexels / Cottonbro Studio

Jesus é o nosso Mestre e Instrutor. Ele nos mostrou como agir em qualquer situação no decorrer da nossa existência

O anjo fala claramente que o Senhor nos ama e, em Seu sangue, lavou-nos dos nossos pecados. Isso nos dá a seguinte certeza: nada nos separará dEle e do Seu amor. Ao finalizar, diz que fomos feitos reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai. Ora, devemos reinar, dominar a nossa vida nas suas múltiplas diversidades e funções, mantendo cada órgão funcionando perfeitamente. Como sacerdotes, temos acesso ao trono do Altíssimo para ministrar em nosso favor ou de outros que nos solicitam ajuda. O salvo precisa crer em toda revelação, assumindo o seu lugar e reinando – dominando tudo o que for contra a sua vida.

Jesus é o nosso Mestre e Instrutor. Ele nos mostrou como agir em qualquer situação no decorrer da nossa existência. Não temos de elogiar ou condenar quem viveu antes de nós nem ficar temorosos sobre quem servirá a Deus nas próximas gerações até a volta de Cristo. Ele sabe levantar servos, repreender quem age de modo errado, bem como conservar o coração e o juízo de quem será preparado para fazer a Sua obra em qualquer regime e governo.

Preciso comentar as distorções que muitos fazem das Escrituras. Alguns reprovam as pessoas que buscam a prosperidade, a saúde e a vida isenta de pecados baseadas no fato verdadeiro de Jesus já ter sofrido nossas iniquidades, transgressões, dores e enfermidades e até o castigo que nos traz a paz (Is 53.4,5). Há quem diga que as aflições nos levam para mais perto de Deus. No entanto, tentam despedir o Santo Espírito do Senhor, cuja missão é estar conosco sempre. A nossa tarefa é fazer as obras de Jesus como Ele as fazia.

Foto: Pisit Heng / Unsplash

Levando em conta que o Seu Filho ressuscitou e nos mandou ir pelo mundo pregar a Boa Notícia, o Altíssimo espera que os cristãos deixem de se igualar aos perdidos e sejam exemplos para eles

A ESPERA DO SENHOR – Levando em conta que o Seu Filho ressuscitou e nos mandou ir pelo mundo pregar a Boa Notícia, o Altíssimo espera que os cristãos deixem de se igualar aos perdidos e sejam exemplos para eles. Afinal, quando aceitaram Jesus como Senhor e Salvador, os salvos se tornaram reis e sacerdotes para Deus. Quem é nascido de novo deve desfrutar da vida no mais alto nível, abundando em tudo o que é bom.

Quando repreendemos as doenças e os demais males em o Nome de Jesus, ordenando que saiam da nossa vida, precisamos crer que isso acontecerá. O Senhor já pagou a conta do que tínhamos de padecer (Mc 11.24). A seguir, desconsideremos os sintomas que teimam em permanecer no corpo; do contrário, não haverá mais base para o poder divino agir. Aquilo que Deus diz na Sua Palavra é a Verdade. Lembre-se: Cristo falou ao paralítico que, durante 38 anos, estava no tanque de Betesda: Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda (Jo 5.8). Portanto, dê ao Senhor a glória de libertar a humanidade das forças das trevas.

Assuma a autoridade de rei sobre tudo o que lhe diz respeito e ordene ao mal que o oprime: “Saia imediatamente”. O Mestre fez isso em favor da sogra de Pedro, cuja febre era alta. Ele inclinou-Se para ela, repreendeu o mal, e a febre a deixou (Lc 4.39). O mal também baterá em retirada da sua vida, mas, quando orar, não verifique se ele saiu. Simplesmente creia que será feito o que você determinou (Mc 11.23,24). Cristo demonstrou como operar exatamente como Ele fazia!

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares


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