Falando de História | Revista Graça/Show da Fé
Jornal das Boas-Novas – 247
01/02/2020
Educação
01/02/2020
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01/02/2020

Desconfiança romanista – Ao raiar do século 16 e ao mesmo tempo em que irrompia na Europa um extraordinário renascimento das artes e uma contagiante sede de conhecimento, o mundo religioso foi palco de uma das suas maiores revoluções. De um lado, alastrava-se por toda parte a Reforma Protestante, empunhando a bandeira da justificação pela fé e do livre exame das Escrituras.

Concílio de Trento, retratado em pintura exposta no Museo del Palazzo del Buonconsiglio, na cidade de Trento (Itália) Foto: Wikimedia

Do outro lado, empenhava-se o romanismo em uma intolerante contrarreforma, servindo-se, para tanto, de manobras políticas e dos terríveis tribunais da inquisição. Assustado com a rápida expansão das doutrinas reformadas, o clero romano passou a se opor cegamente a toda e qualquer inovação que parecesse contrária ao seu credo.

Convém salientar que, durante a Idade Média, a educação, tanto teológica como secular, estivera quase que exclusivamente em mãos católicas. No entanto, os tempos mudaram: as cruzadas haviam colocado o Ocidente em contato com a cultura oriental superior, por isso muitos europeus preferiram estudar nas modernas universidades árabes, onde o ensino era mais aprimorado, principalmente nas disciplinas de Matemática e Astronomia.

Cláudio Ptolomeu (90-168) Foto: Wikimedia

Assim, sentindo-se usurpados no magistério, as autoridades católicas fecharam os olhos aos progressos científicos conseguidos fora dos conventos e abadias e, em seu fanatismo, tornaram-se opositores gratuitos da ciência. É evidente que houve algumas exceções a essa regra, como o próprio Nicolau Copérnico (1473-1543) e vários outros padres ilustres.

Formado em Medicina, Leis e Astronomia, influenciado pela renascente cultura greco-romana e inconformado com as complicadas teorias geocêntricas ensinadas principalmente pelo cientista grego Cláudio Ptolomeu (90-168) e consideradas a base do ensino astronômico por longos séculos, Copérnico se voltou para as ideias dos gregos Pitágoras (570-495 a.C.), Heráclides do Ponto (387-312 a.C.) e Aristarco de Samos (310-230 a.C.) e admitiu o heliocentrismo (o Sol, e não a Terra, como centro do Universo).


Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com

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