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Foto: Carl Newton / Unsplash
Abraão de Almeida

A insondável sabedoria divina: os olhos (parte 1)

Os cientistas afirmam que, além de seus olhos ‘’usuais’’, muitos vertebrados inferiores – peixes, anfíbios e répteis – têm mais um órgão sensível à luz: a glândula pineal, também denominada epífise. É verdade que essa “terceira vista’’ não consegue perceber estruturas, mas transforma a luz em sinais nervosos e distingue luzes de diferentes comprimentos de onda, ou seja, determina as cores.

Descobertas fósseis mostram que os vertebrados primitivos dispunham dessa terceira vista, localizada no meio da parte dianteira do crânio. Provavelmente, as pequenas depressões existentes nesses fósseis, bem como a sua localização, mantiveram-se até hoje, o que pode ser facilmente comprovado no tipo mais comum de sapo da Europa Central e do Norte, o rana temporária. Nesse anfíbio, a parte externa do órgão pineal, o olho ou órgão, chama a atenção por ser uma mancha mais clara, bem no meio da testa.

As células perceptivas sensíveis à luz, que ficam por baixo desse ponto de pigmentação, estão ligadas por um feixe de nervos à outra parte da glândula pineal, situada no interior do crânio, a epífise: a partir dela, seguem outros filamentos nervosos até áreas bem afastadas do meio do cérebro.

O professor e neuroftalmologista alemão Eberhard Dodt indica que, em outras espécies de sapos ou salamandras, o órgão pineal tem formação mais simples. Dodt ressalta que nele existe apenas uma continuação da espécie de tubo provido de células sensíveis à luz e que o terceiro olho dos répteis tem uma construção altamente desenvolvida e diferenciada, e apresenta características de um verdadeiro olho, com córneas, lente cristalina e retina. A partir dessas células, há nervos ligando-as à epífise.

Foto: Kalea Jerielle / Unsplash

Segundo Dodt, durante muito tempo eram desconhecidas as funções do olho pineal. Os evolucionistas alegavam que tal órgão não passava de rudimento de uma visão única, vencida no curso da evolução pelo par de olhos, ficando, assim, sem função. Todavia, pesquisas específicas demonstraram que o olho pineal é uma glândula hormonal diretamente sensível à luz e responsável por diversas funções que variam de animal para animal. Essa glândula poderia ainda exercer o papel de “relógio interno”, regulando o ritmo da vida dos animais em ciclos diários ou anuais.

Prova contra a evolução – Não faz muito tempo que um conferencista defensor da teoria da evolução se queixou por não ter resposta a dar ao ser interrogado, na televisão, sobre como poderia ter evoluído algo tão delicado e complexo como o olho humano. O próprio naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) se deparou com o mesmo problema, em carta escrita para o botânico norte-americano Asa Gray (1810-1888), em 3 de abril de 1860. Darwin declarou que, ao pensar no olho humano, ficava todo gelado. Em sua conhecida obra A origem das espécies, ele considera um absurdo, do mais alto grau, que o olho humano, com seus dispositivos ilimitados para enxergar um foco em diferentes distâncias, admitindo distintas quantidades de luz e corrigindo aberrações esféricas e cromáticas, possa ter se formado por seleção natural.

De fato, não se pode explicar algo tão complexo e maravilhoso como o olho humano como sendo resultante de meros processos evolutivos. A parte externa do olho é apenas uma pequena amostra de um globo repleto de uma substância gelatinosa, situada em uma cavidade protetora do crânio. Essa “gelatina”, por sua vez, está envolvida por três camadas de tecidos. A esclerótica (externa, fibrosa e dura), da qual faz parte também o branco do olho, assim como a córnea transparente que cobre a abertura da pupila. Depois, a camada rica em vasos sanguíneos, e, mais adiante, a retina, sobre a qual se formam as imagens tal como em uma película de câmera fotográfica.

O naturalista inglês
Charles Darwin (1809-1882)
Foto: John Collier / Wikimedia

A luz entra pela pupila e atravessa a lente cristalina, que se ajusta para enfocar os raios luminosos sobre a retina. A lente cristalina do olho humano é um corpo lenticular e transparente, situado na parte anterior do humor vítreo do olho. Seu nome provém do fato de ser parecido com um cristal. É a lente biconvexa do olho. A complexidade e a perfeição do aparelho da visão superam em grau quase infinito ao mais admirável aparelho fotográfico já fabricado pelo homem!

No processo da visão, as diferentes células reagem de modo distinto diante das diversas cores e dos graus de intensidade luminosa. Elas captam o estímulo luminoso e, mediante um processo fotoquímico, transmitem ao cérebro os impulsos nervosos. Lá, convertem-se em imagens vivas, tridimensionais, cheias de colorido e movimento, podendo ser armazenadas para futuras lembranças.

É impossível que esse órgão, tão completo, tenha tido desenvolvimento gradual. Se existisse tudo no olho, menos a lente cristalina, ele não funcionaria. Se houvesse tudo, menos a retina, não haveria imagem. É absolutamente necessário que todas as partes vitais estejam ali, em pleno funcionamento, para que o olho não seja inútil. É esse um verdadeiro problema para os defensores da teoria evolucionista, os quais reconhecem que as diferentes formas de vida animal não poderiam caminhar cegamente por várias gerações. Afinal, supondo que, alguma vez, já tenha existido um olho parcial e, portanto, inútil, como admitir a possibilidade de sobrevivência de seu possuidor, uma vez que tal olho não se desenvolveria nem em mil gerações até chegar a ponto de permitir que a criatura pudesse enxergar com todas as suas partes funcionando na mais perfeita harmonia?

Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com

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