Falando de História | Revista Graça/Show da Fé
Capa | Igreja
01/11/2021
Medicina e Saúde – 268
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Foto: Rosie Sun / Unsplash
Abraão de Almeida

O amor de Jesus: língua universal

Durante os últimos 15 anos de sua vida, a Lucinha, além do bom tratamento que recebeu da Medicina tradicional, foi cuidada por um médico e cientista judeu, cristão evangélico, que usava uma medicina alternativa, patenteada por ele. Deus usou esse especialista para prolongar os anos de vida de minha querida esposa.

Pelo fato de esse médico norte-americano chamar-se David Bernstein, e ser músico na igreja onde congrega, eu lhe perguntei se porventura pertencia ele à família do famoso diretor da Orquestra Filarmônica de Nova Iorque, Leonard Bernstein, que foi considerado um gênio como maestro e condutor de famosas composições clássicas, falecido em 1990. A resposta dele foi positiva. O maestro
Leonard era seu tio e tinha um irmão que foi compositor de trilha sonora para mais de 200 filmes. Ele se chamava Elmer – que ganhou um Oscar por sua trilha para o filme Positivamente Millie (Thoroughly Modern Millie, EUA, 1967) – e faleceu em 2004.


Pr. Abraão de Almeida, junto à sua esposa Lúcia, durante evento realizado em 2018 Foto: Divulgação / Márcio Abreu – WOWperture Images

Beethoven é tudo! Com essa introdução, quero destacar que o maestro Leonard Bernstein, após conduzir a sua imensa orquestra em uma obra de Ludwig van Beethoven (1770-1827), a seleta audiência presente prorrompeu em aplausos cada vez mais efusivos e se pôs de pé, parecendo não pôr fim àquela euforia. Depois de o maestro e sua orquestra se curvarem muitas vezes em agradecimento, Leonard, mais alto que os fortes aplausos da multidão, gritou para os seus músicos: Eu não sou nada! Vocês não são nada! Beethoven é tudo!

Não há a menor dúvida de que o ovacionado músico alemão foi um gênio inigualável no seu tempo! Uma das provas disso é que, ao sepultamento dele, em 1827, compareceram cerca de 30 mil pessoas. Nenhum imperador na Europa teve tanta gente no seu funeral.

Mas há um personagem infinitamente maior que Beethoven, o qual, ao longo de mais de 20 séculos, tem sido aclamado por milhões de pessoas em todo o mundo como: Jesus é tudo. Ninguém pode ser comparado a Cristo. Aliás, esse mesmo compositor alemão, na Ode à Alegria, da sua 9ª Sinfonia (sinfonia coral executada pela primeira vez em 8 de maio de 1824) – hoje patrimônio universal da humanidade –, revela-se pequeno ao exaltar a incomparável grandeza do nosso Salvador Jesus.

Na abertura de um de meus livros, publiquei o poema O Tudo e o nada, de minha filha Élida, de saudosa memória, que conclui a sua poesia com estas palavras: Somos, todos, partes do nada; até nos encontrarmos com o Tudo.

Eu falo uma língua universal!” – Mas, pensando em Beethoven, lembro-me também de seu professor de música, Franz Joseph Haydn (1732-1809), crente fiel, que compôs o Hino Nacional da Alemanha, cuja música está também no hino 40 da Harpa Cristã. Tendo Haydn sido convidado pela Inglaterra para apresentar naquele país a sua música, contou a novidade ao austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), seu ex-aluno. Este, talvez com uma pitada de inveja, comentou: Como você vai lá, se não fala a língua deles?. Haydn respondeu: Eu falo uma língua universal. O primeiro se referia à língua inglesa, ao passo que o segundo dizia respeito à língua universal da música erudita.

No entanto, é preciso salientar que mais universal do que a língua da música é a linguagem do amor sacrificial de Deus, o qual levou Jesus à cruz, e que é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5.5). Note que o amor foi derramado, não gotejado.

Alguém me beijou!” – Dois exemplos. Quer servindo a Deus na humildade do Jardim Novo Horizonte, na cidade de Magé (RJ), ou no conforto dos Estados Unidos da América e em tantos países em que estivemos ministrando a Palavra de Deus, minha esposa Lucinha, à luz do texto de Daniel 12.4, brilhou como o esplendor do Céu, conduzindo muitos à Justiça, e resplandeceu como as estrelas para todo o sempre. Por amor a Cristo, ela deu tudo o que havia de si mesma em prol dos outros.

Outro exemplo é a esposa do pregador inglês William Booth (1829-1912), fundador do Exército de Salvação. Ao presenciar, na miserável periferia londrina, a horrível cena de uma mulher bêbada esperneando, aos berros, ao ser arrastada por policiais, Catherine se aproximou furtivamente da detenta e lhe deu um carinhoso beijo no rosto. A ébria se acalmou de repente e se deixou levar pela polícia, apenas balbuciando: Alguém me beijou! Alguém me beijou!

No dia seguinte, Catherine foi à delegacia visitar a prisioneira, e os policiais lhe falaram da tremenda mudança ocorrida no comportamento da mulher, que, após ser beijada, continuava repetindo: Alguém me beijou! Alguém me beijou!.

A senhora Booth ouviu da pobre mulher uma triste história: ela não se lembrava de ter sido beijada por alguém. Recordava-se apenas de ter sido abusada e desprezada por todos, anos e anos a fio, como um repugnante lixo. Porém, agora, estava pronta para receber o Salvador e confessá-Lo diante de todos como Jesus é tudo, e viver, dali em diante, para proclamar a linguagem universal do infinito amor de Deus.

Abraão de Almeida
Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol. E-mail: abraaodealmeida7@gmail.com

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