A partir desta edição, falaremos de alguns números que aparecem na Bíblia Sagrada e a significação deles, especialmente nos campos da tipologia e da escatologia. As especulações de cabalistas e outros ocultistas, por não se apoiarem no contexto bíblico nem nas disciplinas da hermenêutica e exegese bíblicas, foram deixadas de lado.

Advirto o leitor de Graça/Show da Fé a não ir além do Livro Sagrado na análise e significação dos números. Não se preocupe se o 666 aparece na sua carteira de identidade ou se você reside no 13º andar, ou ainda se o número de seu apartamento é nove. Embora esses algarismos sejam negativos na história de Israel e nas profecias bíblicas, eles não interferem na sua vida espiritual. O mesmo poderíamos dizer dos números positivos, como 3, 5, 7, 10, 12 e seus múltiplos. A presença ou a ausência deles em algo que lhe pertence não significa que você será mais ou menos abençoado.

Agora, se percebo que o nove, por exemplo, é considerado importante em alguns movimentos, seitas e cultos, devo afastar-me dessas organizações. Por quê? Pelo motivo de elas operarem contra a luz das Escrituras Sagradas e contra Deus. É o caso também de grupos religiosos que adotam ostensivamente o número 666. Destes, afaste-se!

Outra observação importante é que os valores numéricos referem-se apenas às línguas originais da Bíblia. Assim, os artigos os quais publicaremos são destinados majoritariamente a pessoas que não conhecem tais línguas.

O número um – Esse número indica a unicidade de Deus e a marca da divina revelação: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor (Dt 6.4); E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor […]. E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus e que não há outro além dele (Mc 12.29,32).

Essa unicidade está presente nas expressões uma vez por todas, de Adão, e uma vez por todas, de Cristo. O primeiro homem a habitar a Terra pecou uma vez, englobando toda a raça humana; por isso, todos pecaram. Cristo, ao morrer uma só vez por toda a humanidade, salva o pecador uma vez por todas: Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo e que não pereça toda a nação. Ora, ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos. Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem (Jo 11.50-53); porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram (2 Co 5.14).

O número dois – Na Trindade, o Filho é a segunda pessoa, razão pela qual o dois é o número do Senhor Jesus. Em 1 Co 15.47, o Messias é chamado de o segundo homem: O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. O Salvador tem duas naturezas: a divina e a humana. O testemunho de dois diferentes indivíduos é verdadeiro (Jo 8.17). O testemunho de Deus para os homens está em dois Testamentos, no Antigo e no Novo.

Os nomes dos discípulos são dados de dois em dois (Mt 10.2-4). Eles também foram enviados em duplas (Mc 6.7). As tábuas do testemunho eram duas (Êx 31.18). Durante a Grande Tribulação, haverá duas testemunhas: E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco (Ap 11.3).

A segunda pessoa da Trindade é a Palavra de Deus e a Fiel Testemunha: E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus (Ap 19.13); e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados (Ap 1.5).

Os animais entraram na arca em pares: E de tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie meterás na arca, para os conservares vivos contigo; macho e fêmea serão. Das aves conforme a sua espécie, dos animais conforme a sua espécie, de todo réptil da terra conforme a sua espécie, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares em vida (Gn 6.19,20).

O número três – É o primeiro dos quatro números de plenitude da Bíblia ou da perfeição divina. Corresponde às três pessoas da Trindade e às três principais divisões do Tabernáculo: o Pátio, o Santuário e o Santo dos Santos. Indica sempre perfeição e completação divinas. No terceiro dia, a obra dos fundamentos da criação foi concluída. O quarto, o quinto e o sexto dia criativos são a contraparte e a repetição do primeiro, segundo e terceiro dias. Esse número também significa ressurreição, pois foi no terceiro dia que a Terra surgiu do abismo, os frutos surgiram no Universo, e Jesus foi ressuscitado.

O número quatro – Esse número (3+1) está relacionado à Terra e denota criação material no que diz respeito a ela. O quatro significa o que está debaixo do Sol, ou seja, as coisas terrenas.

No Tabernáculo, esse número está presente nas colunas da entrada e no número de cores. Assim como na quantidade de reinos mundiais gentílicos do profeta Daniel, no número de evangelhos e em expressões que designam o planeta todo, como os quatro cantos da Terra. A palavra hebraica Ha’aretz (a Terra) tem como valor numérico 296, que é um múltiplo de quatro.

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