Entrevista | Revista Graça/Show da Fé
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Foto: Arquivo pessoal

Crescendo na graça

Superintendente nacional da APEC destaca a importância da evangelização e do discipulado de crianças

Por Patrícia Scott

Há 80 anos, a Aliança Pró Evangelização das Crianças (APEC) está presente no Brasil, atuando como parceira das igrejas na tarefa de levar os pequeninos a Cristo. “A APEC é uma ajudadora. Formamos professores para que sirvam na congregação deles. Eles evangelizarão e discipularão as crianças, que devem ser conduzidas à integração no Corpo de Cristo”, define o Pr. Gilberto Celeti, superintendente nacional da organização há 22 anos.

“Jesus tinha um amor especial pelos pequenos, e devemos mostrar esse amor, compartilhando Cristo e Sua Palavra com eles”, assevera o pastor, destacando que uma criança salva tem a vida toda para servir ao Senhor. “Os melhores cristãos em uma igreja-local e um número significativo de excelentes líderes, na esfera eclesiástica e na sociedade, são indivíduos que, desde a infância, se tornaram sábios para a salvação que há em Jesus, como Timóteo.”

Para ele, se as crianças não forem alcançadas para Cristo e discipuladas nas doutrinas bíblicas, o futuro da Igreja e mesmo da própria civilização estará em risco. Por isso, nesta entrevista à Graça/Show da Fé, o líder fala da importância da evangelização e dos desafios do ministério infantil.

Qual o balanço que o senhor faz dos 80 anos da APEC?

Gosto do texto de Isaías 54.2,3 como descrição do que tem ocorrido com a APEC: Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas. Porque trasbordarás à mão direita e à esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas. Há sempre a visão missionária de alargar espaços, aumentar o toldo, alongar as cordas, sem deixar de firmar bem as estacas. Como todas as obras missionárias, há oposição – muitas vezes, dura – tentando impedir o avanço. A partir do Brasil, a APEC chegou a países de língua portuguesa na África, cooperando para a evangelização de crianças em Moçambique, Angola, Guiné Bissau, Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe. Também avançamos em direção às tribos indígenas brasileiras. O desafio é imenso: há cerca de 340 etnias no país. Temos sete missionários indígenas em quatro dessas etnias. Tanto na África Portuguesa como nas tribos, o alvo é ter missionários nativos, servindo no ministério com as crianças.

Como funciona o trabalho da APEC?

O foco primordial é conduzir as crianças à salvação em Cristo. Os pequeninos podem nascer de novo pela fé em Jesus. Segue-se a isso o trabalho de conduzi-los a uma vida de santificação, que envolve o discipulado. Sendo assim, o ensino para o crescimento espiritual da criança já salva. Finalmente, focamos em direcioná-la ao serviço, para que se engaje realmente no Corpo de Cristo e coloque sua vida e seus dons a serviço do Senhor. A fim de alcançar esses objetivos, a APEC realiza diversas estratégias para chegar aos pequenos, principalmente aqueles que não participam de uma igreja. Outra faceta da obra da APEC é o treinamento de cristãos para a evangelização e o discipulado das crianças. Existem várias modalidades de cursos com essa finalidade. E ainda há a preparação de materiais criativos, com bom conteúdo, para esse ministério ser desenvolvido com excelência.

O que significa a APEC para a evangelização das crianças brasileiras?

Neste tempo em que os ouvidos das crianças estão abertos para as mais diversas e variadas comunicações, a APEC é uma voz que lhes comunica: […] Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna [Jo 3.16]. A APEC está obedecendo à ordem de Jesus: […] pregai o evangelho a toda criatura [Mc 16.15], incluindo as crianças.

Quais desafios a APEC tem enfrentado?

Existe um perigo real envolvendo as crianças: o diabo as odeia e lança seus ataques, procurando afastá-las da fé. Uma dessas ofensivas, muito sutil, é ofuscar a visão de cristãos, inclusive líderes, para não enxergarem que a criança está perdida e precisa nascer de novo pela fé em Cristo. Quanto mais cedo isso acontecer, melhor será.

Qual projeção o senhor faz para a APEC daqui a dez anos?

A APEC trabalha com planos de década. Atualmente [entre 2021 e 2030], estamos na Década do Pastoreio. Desejamos conscientizar as pessoas de que trabalhar com crianças é algo sério. Precisa ser colocada de lado a ideia de que ministrar aos pequenos envolve colocar nariz de palhaço, usar roupas especiais ou fazer sempre um grande show de entretenimento. A APEC não tem nada contra palhaços ou brincadeiras. Mas todos que se apresentam para ministrar a Palavra às crianças devem ser conscientes de que são pastores e pastoras, para os cordeirinhos e as cordeirinhas crescerem na graça e no conhecimento de Jesus. Três aspectos principais fazem parte do trabalho de um pastor: buscar as ovelhas perdidas; dar-lhes o alimento mais saudável e nutritivo possível para fortalecê-las; protegê-las dos ataques de predadores.

Qual é a principal ferramenta para evangelização e consolidação da criança na fé?

A Palavra de Deus. Devemos ler para ela as histórias bíblicas, tendo sabedoria para transmitir a verdade que está em segredo nelas. O ideal é contá-las de maneira cronológica. A Bíblia é um tesouro inestimável. Infelizmente, as crianças hoje conhecem poucas histórias das Escrituras. É valoroso levá-las também a memorizar versículos bíblicos que tenham relação com o ensino principal da narrativa, assim como usar uma canção que enfatize o mesmo ensinamento. Sem se esquecer de que tudo deve ser feito com oração, na dependência do Espírito Santo.

Gilberto Celeti
Pastor e superintendente nacional da APEC

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