Heróis da Fé | Billy Sunday | Revista Graça/Show da Fé
Medicina e Saúde – 273
01/04/2022
Família – 274
01/05/2022
Medicina e Saúde – 273
01/04/2022
Família – 274
01/05/2022
Foto: Reprodução

Mais que eloquente

Billy Sunday, um dos grandes evangelistas da história dos EUA, levou milhares de pessoas a Cristo

Por Élidi Miranda*

No final do século 19, o norte-americano William Ashley Sunday, conhecido como Billy Sunday (1862-1935), era um renomado jogador de beisebol. O jovem tinha tudo para seguir uma carreira gloriosa nas competições daquele esporte, o segundo mais popular dos Estados Unidos. Entretanto, à semelhança daquele homem que vendeu seus bens para comprar o campo onde havia um tesouro mais valioso (Mt 13.44), Sunday abandonou a profissão, o sucesso e o dinheiro para se tornar pregador do Evangelho.

Nascido na cidade de Ames, no estado de Iowa, ele teve uma infância difícil. O pai morrera apenas um mês após seu nascimento, deixando a esposa com três filhos pequenos. A família enfrentou tantas dificuldades financeiras que a Sra. Sunday se viu obrigada a enviar o filho mais velho, George, e o mais novo, Billy – então com 13 anos –, para um orfanato. O caçula, entretanto, fugiria da instituição dois anos depois.

Longe do orfanato, Billy encontrou trabalho como cavalariço na propriedade do coronel John Scott (1824–1903), um conhecido político de Iowa. Scott deu a Sunday um lugar para viver e o mandou para a escola, mas o rapaz abandonou os estudos antes de terminar o Ensino Médio. Seu talento para o beisebol já era evidente, e, por isso, voltou a Ames, onde ingressou no time local. Vivia de trabalhos esporádicos, até que, em 1883, mudou-se para Chicago, no estado de Illinois, a fim de jogar em um time profissional. Foram oito anos de uma carreira brilhante que incluiu a quebra de vários recordes.

Sua vida começou a mudar em 1886, quando foi convidado para participar de um culto e aceitou Cristo como Salvador. Inicialmente, não pretendia deixar o esporte. Em 1888, casou-se com Helen Amelia Thompson (1868-1957), que, mais tarde, ficaria conhecida apenas como Ma Sunday. Com ela, teve quatro filhos.

O pregador norte-americano William Ashley Sunday (Billy Sunday, 1862-1935), com sua esposa Helen Amelia Thompson (1868-1957) – Foto: Reprodução

Foi somente em 1891, aos 29 anos, que Billy Sunday tomou a decisão de se dedicar somente ao trabalho da Associação Cristã de Moços (YMCA, a sigla em inglês). Lá, ele passou a ganhar menos de um quarto de seu salário mensal como jogador. A princípio, tornou-se assistente do evangelista J. Wilbur Chapman (1859-1918).

Até que, em janeiro de 1897, Sunday realizou uma série de reuniões na cidade de Garner, em Iowa, onde, ao longo de uma semana, cerca de cem pessoas se converteram a Jesus. Desse modo, ele deu início à sua trajetória como evangelista. Em 1903, foi ordenado ao ministério pastoral na Igreja Presbiteriana. Entretanto, seu trabalho sempre foi como pregador itinerante.

No primeiro momento, devido às viagens constantes, Ma Sunday permanecia em casa, com os filhos, o que obrigava o casal a ficar separado por longos períodos. Contudo, a partir de 1907, Ma começou a viajar com o marido, e as crianças a trabalhar arduamente na organização dos eventos. Ela verificava cada detalhe relacionado às reuniões e ao bem-estar do marido, de modo que ele tivesse plenas condições de pregar.

O evangelista Billy Sunday pregando em uma conferência para homens na cidade de Marshalltown, no estado norte-americano de Iowa – Foto: Reprodução

Formador de opinião – Com um discurso simples, direto e cheio do Espírito Santo, Billy Sunday consolidou a fama de ser um pregador eloquente, capaz de atrair multidões. Em 1917, realizou uma campanha de dez semanas em Nova Iorque, onde foram contabilizadas quase cem mil conversões. Uma série de reuniões na Filadelfia (no estado da Pensilvânia) atraiu mais de dois milhões de pessoas em um período de oito semanas.

Aqueles que compareciam às suas conferências – geralmente ocorridas sob grandes tendas de lona (como as de circo) – eram desafiados a ter um encontro real com Cristo. Ir à igreja o torna tão cristão quanto entrar em uma garagem o transforma em um carro, afirmava Sunday. A razão pela qual você não gosta da Bíblia, velho pecador, é porque ela sabe tudo sobre você, costumava dizer.

O evangelista continuaria a levar a efeito esses eventos ao longo das décadas seguintes. Mas, além de pregar de maneira convincente, ele se destacou como um defensor aguerrido do Movimento da Temperança, o qual pregava a redução e mesmo a abstinência total do consumo de bebidas alcoólicas. Naquele início de século, o álcool era apontado como um vilão da sociedade, responsável pela pobreza, violência, pelos crimes e problemas de saúde. O pregador, assim como outros formadores de opinião, religiosos ou não, empenharam-se na campanha para a aprovação da 18ª Emenda da Constituição dos EUA. Essa proibia a venda de bebidas alcoólicas em todo o território norte-americano.

Após a aprovação da Emenda, em 1920, uma imensa rede de fabricação e comércio ilegal de álcool emergiu em todo o país. Sou um inimigo jurado, eterno e intransigente do tráfico de bebidas. Tenho lutado e continuarei lutando contra esse negócio danoso, sujo e podre com todas as forças que tiver, declarou Sunday, certa vez. De fato, ele seguiu incansável nessa batalha, mesmo após a revogação da 18ª Emenda. Ele pregou contra o consumo de álcool até o fim de sua história na Terra.

O evangelista pregou seu último sermão na Primeira Igreja Metodista de Mishawaka, no estado de Indiana, sob o título O que devo fazer para ser salvo. Na ocasião, aos 73 anos, o ex-jogador de beisebol, que havia deixado tudo para propagar a Palavra, levou 44 pessoas a confessar Jesus como Salvador. Uma semana depois, em 6 de novembro de 1935, um ataque cardíaco ceifou a sua vida. Entretanto, os frutos de seu prolífico ministério até hoje são vistos entre muitos descendentes daqueles que por ele foram alcançados. (*Com informações de Wholesome Words e US History)


2 Comments

  1. José Eduardo disse:

    Tremendo pregador. Valente da fé.
    Glória a Deus!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *