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Como missionário na China, Jonathan Goforth levou milhares de almas a Cristo
Por Élidi Miranda*
Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos (Zc 4.6). Essas palavras, registradas no livro do profeta Zacarias, nortearam todo o ministério do missionário canadense Jonathan Goforth (1859-1936). Ele dedicou sua vida a Cristo, recusando-se a ser guiado por outra voz que não fosse a do Espírito Santo até seu último suspiro.
Ele nasceu em uma família de agricultores que morava perto da cidade de London, na província de Ontário, no Sul do Canadá. Foi o sétimo de 11 filhos. Lutou para conseguir estudar e finalizar o Ensino Médio, já que, todos os anos, entre os meses de abril e outubro, precisava ficar ausente da escola para se dedicar exclusivamente ao trabalho na fazenda. Sua mãe era uma cristã devota e, desde cedo, encarregou-se de ensinar aos filhos a Palavra de Deus.
Contudo, o jovem Jonathan somente teve uma experiência com Cristo aos 18 anos. A partir desse encontro com o Salvador, passou a dedicar-se a Ele. Acordava duas horas antes de ir trabalhar ou estudar apenas para aplicar-se à leitura das Escrituras. O chamado para ir à China ocorreu depois de ouvir o apelo de George Leslie Mackay (1844-1901), primeiro missionário presbiteriano canadense na província chinesa de Formosa (hoje Taiwan).
O próximo passo foi fazer a matrícula em um seminário bíblico, em Toronto, a fim de se preparar para o ministério. Enquanto estudava, Goforth visitou algumas dezenas de igrejas em busca de mantenedores para a obra que pretendia iniciar em solo chinês. E, antes de concluir o curso, conheceu a jovem Rosalind Bell-Smith (1864-1942), uma bela moça inglesa, oriunda de uma família abastada, que desejava servir ao Senhor. Eles se uniram em matrimônio em outubro de 1887.
Em fevereiro de 1888, o casal partiu rumo ao Oriente sob o patrocínio da Igreja Presbiteriana Canadense. Ao chegarem à China, instalaram-se em uma base missionária em Chefoo (hoje Yantai), no Nordeste do país. Duas semanas depois, um incêndio destruiu sua casa e tudo o que tinham. Firmes em seu propósito, marido e mulher continuaram no país, ainda tentando aprender a língua local, uma tarefa que parecia impossível para Goforth. Por mais que se empenhasse, não conseguia falar o idioma com fluência.
Apesar disso, eles decidiram seguir para o interior e se fixar em Honan, também no Nordeste chinês. Na ocasião, Goforth recebeu uma carta do missionário inglês James Hudson Taylor (1832-1905), pioneiro no interior da China, dizendo-lhe: Irmão, se quiser entrar nessa província, deverá seguir de joelhos. Assim, fez o jovem missionário. Sempre enfrentava todos os desafios em oração, baseado no lema: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito. Desse modo, escapou diversas vezes de ser espancado e de ser acometido pelas moléstias que assolavam aquela nação. Tal Palavra era o que o fazia suportar as agruras do ministério itinerante, como dormir em estábulos, na companhia de animais e insetos.
Grande avivamento – Porém, os milagres se sucediam. Certo dia, durante o culto na capela da missão em Honan, ele pegou a Bíblia e começou a pregar. De repente, notou que falava fluentemente o idioma local para assombro de todos. Semanas depois, recebeu uma carta dizendo que alguns conterrâneos no Canadá haviam se reunido para orar por ele, especificamente, no dia e na hora em que aquele milagre acontecera.
O trabalho foi crescendo, em meio a grandes lutas. Cinco dos 11 filhos do casal Goforth morreram na China, ainda bebês ou muito pequenos. A despeito de tudo isso, ele ia abrindo novas frentes missionárias, e muitas vidas se converteram por meio de seu ministério. Em 1900, o trabalho em Honan estava no auge, mas a Revolta dos Boxers (1899-1901) fez a família ter de sair do país às pressas, pois todos os estrangeiros eram vistos como inimigos pelos revolucionários. Entretanto, tão logo aquele movimento anticolonialista perdeu fôlego, eles retornaram à China, e o trabalho continuou a avançar.
Naquele início de século, as notícias que chegavam do País de Gales davam conta de um grande avivamento, as pessoas estavam sendo cheias do Espírito Santo. Goforth entendia que precisava daquela experiência e a buscou diligentemente, acordando todos os dias às 5h para orar. Ao visitar a Coreia, foi impactado pelo avivamento que ali sucedia também. Seu ministério jamais seria o mesmo novamente. Foi convidado para pregar em várias partes da China, onde mostrava aos cristãos a necessidade de também serem cheios do Espírito Santo.
Jonathan Goforth jamais abandonou as atividades evangelísticas, e as três décadas seguintes de seu ministério na China foram tempos de grande colheita de almas. Nem mesmo quando ficou cego, de ambos os olhos, Goforth parou de pregar. A família somente retornaria ao Ocidente em 1934, devido a um problema de saúde de sua esposa.
De volta ao Canadá, o veterano missionário seguiu pregando em diversas partes do país e dos Estados Unidos, inspirando congregações inteiras a serem cheias do Espírito de Deus e a investirem na obra missionária. No dia 8 de outubro de 1936, Jonathan Goforth foi ao encontro de Seu Redentor, deixando para trás o testemunho de uma vida marcada pela presença do Espírito Santo. (*Com informações de Wholesomewords)
2 Comments
Amei a história desde verdadeiro pregador da fé. Sem palavras para explicar minha gratidão. Vou usar ele como exemplo para minha vida.
Amém. Aleluia!